OMS diz que, apesar dos números, Brasil está abaixo da médiaCerca de 28 mil pessoas ainda morrem no Brasil, todos os anos, por causa da contaminação da água ou de doenças relacionadas com falta de higiene. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que publicou, ontem, um levantamento mostrando que investimentos no setor de água poderiam economizar enormes recursos públicos.
No total, os serviços de saúde no mundo poderiam evitar gastos de US$ 7 bilhões por ano se os governos optassem por dobrar seus repasses ao setor de água.
Em termos de produtividade e redução de gastos com saúde, o mundo ganharia US$ 84 bilhões, por ano, com um sistema de água confiável e tratado.
Para isso, porém, os países precisariam destinar US$ 11,3 bilhões a mais em investimentos no setor de água, esgoto e sanitários.
No mundo, 6,3% das mortes são geradas por doenças que surgem de problemas na qualidade da água e de falta de tratamento de esgoto. No total, são 3,5 milhões de mortes, por ano, no mundo, que poderiam ser evitadas.
Já no Brasil, a taxa de mortes por causa da contaminação da água é menor que a média mundial, com 2,3%. Mas o país tem uma proporção bem acima da dos países desenvolvidos. Entre os problemas estão os mais de 15 mil mortos por diarréia, por ano, no Brasil, segundo a OMS.
Na Áustria, na Itália e na Dinamarca, por exemplo, apenas 0,1% das mortes são causadas por doenças geradas por água contaminada. No Canadá, na França e na Bélgica essa taxa é de 0,2%; em Cuba, de 0,6%.
México, Malásia, Colômbia e China estão em uma situação mais confortável que a do Brasil. Mesmo na Argentina, a água é responsável por apenas 1,1% das mortes.
Uma situação bem diferente vive Angola, com 24%, taxa semelhante em outros países da África.
(Diário Catarinense, 27/06/2008)