Há dois meses, os moradores da Rua Eduardo Emiliano Pereira, no bairro Itararé, convivem com o mau cheiro do esgoto em frente a suas casas. Em dias de sol, não podem abrir as janelas por causa do odor. Quando chove, como ontem, eles têm de lidar com o alagamento. A água suja que transborda dos ralos e bocas-de-lobo invade as residências. Banheiros, garagens e calçadas têm de ser limpos a cada hora. Alguns moradores ainda precisaram mudar suas rotinas.
- Já tive de esperar a chuva passar para sair de casa - reclama a dona-de-casa Gislene Laydener, 40 anos.
A aposentada Maria Gessi Oliveira da Silva, 51 anos, queixa-se que o problema é maior com a chuva. O ralo do banheiro transborda e, como a casa está numa região mais baixa no bairro, a água vai para a sala e para os quartos. O trabalho é um só: limpar, jogar a sujeira fora e esperar para repetir os mesmos passos mais tarde.
- O pior é ver as crianças trancadas em casa, sem poder brincar e correr na rua - lamenta Gessi.
Conforme a Corsan, o problema acontece porque a rede de esgoto pluvial (água da chuva) foi ligada clandestinamente à cloacal (esgoto do banheiro). Moradores de ruas "mais altas" são apontados, segundo a Corsan, como culpados. O coordenador operacional da Companhia, João Batista, diz que somente uma investigação mais apurada pode identificar as ligações irregulares.
- É uma irresponsabilidade ligar os esgotos desse jeito errado. As conseqüências estouram nos moradores de ruas abaixo - afirma Batista.
A chuva também trouxe problemas na Vila Oliveira. As ruas General Portinho, Coronel Volenciano e Coronel Scherer ficaram intransitáveis por quase duas horas por causa do barro.
(Diário de Santa Maria, 27/06/2008)