“Antes de imprimir pense em seu compromisso com o meio ambiente”. Sempre acompanhada de uma arvorezinha verde, essa frase tornou-se comum em assinaturas de e-mails, rodapés de peças institucionais e deu ecos no mundo corporativo. Muitas vezes ao lado da versão em inglês “Save Paper – Think Before You Print”, ela ganhou simpatia de adeptos de várias idades. O público mirim é um deles, que anda até chamando atenção dos pais para as questões ambientais. O reflexo vem das campanhas e colocações nas escolas.
Apesar da defesa em prol do meio ambiente que a frase propaga, o setor de celulose e papel e a indústria gráfica têm se incomodado com ela. A Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) planejou uma medida de combate contra o conceito gerado pela mensagem e acaba de lançar a campanha “Imprimir é Legal”.
O projeto pretende, segundo o diretor da entidade, Silvio Isola, responsável por questões ambientais, combater a visão do senso comum que coloca a produção de papel como responsável pelo desmatamento das florestas e riscos ao meio ambiente. “A Abigraf quer combater esse pensamento, que consideramos enganoso”. O diretor concorda que a impressão tem um impacto ambiental importante, mas diz que chegou a hora da associação ter uma atitude contra o tipo de campanha que a célebre frase faz estimulada pela mídia eletrônica.
O objetivo da Abigraf é tentar evitar falhas de comunicação. “Temos que fazer a nossa parte”, expressa Isola. A idéia começou num fórum da associação e foi estimulada por um diretor da casa que ficou indignado com o questionamento de seu filho sobre o fato de que não se deve imprimir para garantir a preservação do meio ambiente. “Não podemos deixar que essa geração que vem aí tenha esse comportamento e coloque nossa atividade em xeque. Precisamos deixar claro que ao invés do papel e outros suportes celulósicos serem fabricados a partir de árvores, eles são provenientes de florestas plantadas e certificadas”, afirma.
A Abigraf também formou um grupo de estudos alocado em seu “Fórum de Pesquisas Tecnológicas”. Foram convidadas instituições e profissionais de competência técnica e envolvidos na questão da indústria sustentável. O fórum tem inclusive um blog como complementos dos trabalhos. Nele, serão publicados textos produzidos pelo grupo e individualmente. O texto de abertura que já está no ar divulga a justificativa de que 100% do papel fabricado no Brasil provém de reflorestamentos.
A campanha está afinada com o pensamento estratégico da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) que também tem alardeado sua postura contra campanhas que colocam, na opinião da entidade, a imagem distorcida do setor. “Nós não cortamos árvores. Nós plantamos árvores. Por conta de nossas florestas plantadas, o Brasil é o único País do mundo que vai saber quanto seqüestrará de carbono em 100 anos. O povo brasileiro deveria se orgulhar disso”, comenta a presidente da Bracelpa Elizabeth de Carvalhais.
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Celulose Online, 26/06/2008)