Organizações indígenas camponesas do Peru vão ratificar, hoje (27/06), o acordo para a realização da Paralisação Agrária Nacional nos dias 8 e 9 de julho. O acordo havia sido aprovado na Cúpula dos Povos, reunida, em Lima, de 13 a 16 de maio. O ato será realizado na sede da Confederação Camponesa do Peru, seguindo de uma coletiva de imprensa.
Durante a coletiva, os dirigentes das organizações vão expor seu ponto de vista sobre as conversas que vêm tendo o governo com os representantes da Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP), a Convenção Nacional de Agro (Conveagro) e a Junta Nacional de Águas.
Na plataforma das organizações estão exigências em relação ao governo. Entre elas, há a derrogatória imediata dos Decretos Legislativos 1015,1020 e arquivamento definitivo dos Projetos de Lei que vulneram os direitos das comunidades camponesas e nativas; o cumprimento do Convênio 169 da OIT e da Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas da ONU; não às concessões às empresas de atividades extrativistas; projetos de desenvolvimento produtivos e sustentáveis.
"O documento que rege atualmente o Estado peruano foi emitido por uma ditadura especificamente para adequar o país à globalização neoliberal. Portanto, é ilegítimo e não representa a diversidade do país. Demandamos a Convocatória de uma Assembléia Constituinte realmente representativa, que redija uma Nova Constituição e registre as bases para a construção de um Estado que reconheça, expresse e valorize nossa diversidade, para refundar o país com um Estado Plurinacional", afirmam as entidades.
(Adital, 26/06/2008)