O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, defendeu a maior participação dos biocombustíveis, das hidrelétricas e do gás natural na matriz energética brasileira. Kelman disse que essas fontes alternativas contribuem para uma geração menos poluente de energia.
O diretor reconheceu, no entanto, que não existe impacto zero no uso dessas fontes e, por isso, são necessários projetos que consigam ser economicamente eficientes e ter um menor impacto ambiental e social. Segundo ele, também é preciso haver uma visão de conjunto quando se fala em projetos de energia limpa ou alternativa.
As declarações foram feitas o 2º Seminário de Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Alto Tocantins, que ocorre na Câmara até esta setxa-feira (27/06).
Plantação de cana
Ao destacar o potencial dos biocombustíveis, Jerson Kelman informou que o plantio de cana ocupa hoje 6 milhões de hectares, uma área que pode ser multiplicada por sete (42 milhões de hectares) sem destruir a Amazônia nem substituir outras culturas. Ele disse que, se essa previsão se confirmar, o álcool produzido no Brasil será suficiente para substituir 5% da gasolina consumida no mundo.
O diretor também destacou o potencial de aumento da geração de energia elétrica a partir de insumos biológicos (bioeletricidade), como o bagaço da cana, e das hidrelétricas. Ele ressaltou que, apesar das resistências de ambientalistas e dos impactos relacionados às inundações, as hidrelétricas contribuem para a redução do aquecimento global, pois não são poluentes.
O seminário ocorre no auditório Nereu Ramos. O evento é promovido pela Ecodata, pelo WWF-Brasil e pelo Consórcio Intermunicipal de Usuários de Recursos Hídricos para Gestão Ambiental da Bacia Hidrográfica do Alto Tocantins (Conágua Alto-Tocantins). O seminário também conta com o apoio da Frente Parlamentar Ambientalista e das comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Legislação Participativa; e de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural.
(Por Luiz Cláudio Pinheiro, Agência Câmara, 26/06/2008)