No primeiro mês de funcionamento da campanha "Separe!", o perfil do lixo produzido na Assembléia Legislativa mudou: com a separação dos resíduos, a quantidade de lixo orgânico da Casa caiu pela metade e o volume de resíduos recicláveis, produzido semanalmente, aumentou em 900%. Por dia, a Assembléia produzia 8 metros cúbicos (m³) de lixo orgânico e passou a gerar 4 m³, ao mesmo tempo em que o volume de resíduos recicláveis passou de 1 m³ para 10 m³, por semana. Lançada em 7 de maio, a campanha "Separe!" integra o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Parlamento gaúcho e é uma das ações internas do Projeto Jogue Limpo.
A mudança no perfil do lixo provocou imediata alteração na forma como os resíduos eram coletados pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre (DMLU) e, posteriormente, deverá diminuir os gastos da Assembléia com o recolhimento do lixo orgânico. Anteriormente, a empresa retirava oito conteiners de um metro cúbico diariamente. Hoje, este volume caiu para quatro conteiners diários. "Haverá redução de valores dos contratos com o DMLU com relação à coleta de lixo orgânico, provavelmente pela metade, assim que terminar o contrato antigo, dentro de dois meses", explica a servidora Maria Izabel Mallmann Schmitt, membro da Comissão do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Casa.
Da mesma forma, o lixo reciclável é recolhido pelo DMLU três vezes por semana. Jornais, papéis brancos e papelão limpo são entregues à Associação de Trabalhadores da Unidade de Triagem do Hospital São Pedro, onde é desenvolvido um programa social que ajuda na reabilitação dos pacientes.
Funcionamento
Em todos os setores da Assembléia Legislativa foram colocadas lixeiras específicas para cada tipo de resíduo. Lixeiras pretas devem ser utilizadas para o lixo orgânico. Nas alaranjadas são colocados materiais recicláveis como latas de alumínio, copos e sacolas plásticas. Nas caixas azuis são colocados apenas jornais, papéis brancos e papelão limpo. Para orientar os funcionários, a Escola do Legislativo ofereceu cursos aos trabalhadores da limpeza e a um grupo de servidores efetivos que se tornaram multiplicadores do processo em seus setores. "A idéia da campanha era a de incutir nos funcionários a cultura da reciclagem. Vimos uma aceitação muito boa por parte da Casa. Hoje é visível a separação dos resíduos. Estamos muito satisfeios com o retorno", avaliou Maria Izabel.
A coordenadora do Núcleo de Ensino da Escola do Legislativo, Sandra Reis, é uma das multiplicadoras da campanha. Ao propor a separação dos resíduos no setor onde trabalha, ela sentiu que precisaria adaptar o sistema ao hábito dos colegas. "Temos o costume de utilizar as lixeiras embaixo de cada mesa. Então decidimos que as lixeiras seriam para o lixo reciclável, o alaranjado. A lixeira para o material orgânico ficaria na sala e deveria ser usada sempre que alguém tivesse que jogar fora um mate ou descascasse uma fruta", explicou. Com essa atitude, Sandra percebeu que diminuiu a quantidade de lixo orgânico produzido e aumentou a de lixo reciclável.
Já a jornalista da Agência de Notícias da Assembléia, Daniela Bordinhão, conta que a campanha provocou nela uma mudança de atitude. "Costumo ser pouco atenta para a separação do lixo, até mesmo em casa. Agora, com essa proposta, estou mais preocupada com ações corriqueiras. No caso do descarte das pilhas, achei interessante que antes eu colocava no lixo. Agora levo até a Rádio-Escuta, onde existe um local que recebe as pilhas velhas", disse.
Programa
O Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Parlamento gaúcho foi aprovado por Resolução da Mesa Diretora (RM 806/2007) e define a responsabilidade pelo gerenciamento de resíduos desde seu recolhimento até o destino final - coleta, embalagem e transporte. O programa obedece também o estabelecido pela legislação abiental, em especial o artigo 1º da Lei Estadual 9.921/93.
(Por Vanessa Canciam, Agência de Notícias AL-RS, 26/06/2008)