O desmatamento na Amazônia em maio caiu 26% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, os 294 quilômetros de novos desmates registrados no último mês são 88,5% maiores que os números registrados em abril. A maior parte da devastação, 61%, se concentrou nos 36 municípios que mais desmataram a Amazônia em 2007, e que tiveram qualquer derrubada proibida pelo governo desde janeiro.
Dos 10 municípios mais desmatados em maio, sete estão na lista dos 36 campeões de devastação e que foram considerados prioritários para aplicação de medidas de combate ao desmatamento.
Os dados são do monitoramento independente do Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), produzido pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Os números oficiais, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), serão divulgados até a próxima semana.
Segundo o Imazon, o Pará concentrou 60% do desmatamento apurado em maio, seguido por Mato Grosso, com 17%; Rondônia, com 13%; e Amazonas, 9%. Acre, Roraima e Tocantins contribuíram com cerca de 1%, juntos. O desmatamento no Amapá não foi mapeado no período, por excesso de nuvens sobre o estado, e os dados do Maranhão não foram analisados, segundo o Imazon.
Cerca de 70% dos desmates ocorreu em áreas privadas. O relatório do Imazon aponta como preocupante o percentual de devastação registrado em unidades de conservação: 56 quilômetros quadrados, 19% do total. Ontem, o ministro do Meio Ambiente, detalhou a apreensão de 3,1 mil cabeças de boi criadas dentro de uma estação ecológica na Terra do Meio (PA).
Rondônia teve o maior número de unidades de conservação desmatadas, de acordo com o Imazon. Das dez UCs listadas pelo relatório, seis estão no estado. Em números absolutos, a Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim (PA) foi a que mais perdeu cobertura vegetal em maio, 35 quilômetros quadrados. Desde 2006, a Flona já perdeu 92 quilômetros quadrados e já é uma das UCs mais desmatadas da Amazônia.
Em maio, os assentamentos de reforma agrária concentraram 10% do desmatamento e as terras indígenas, menos de 1%, de acordo com o Imazon.
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Agência Brasil, 25/06/2008)