Além de lançar corrente de e-mails, jovens anunciam uma comunidade no site Orkut para se queixar de crueldadeEstudantes encontraram terça-feira uma cadela enforcada com um cadarço de tênis em um terreno baldio, localizado em frente à Escola Estadual de Ensino Médio Adelino Pereira Simões, em Passo Fundo, no norte do Estado.

Revoltados com a crueldade, os jovens pretendem criar uma comunidade de protesto no site de relacionamentos Orkut.

Aprofessora de biologia Mônica Gruhn Germann, 33 anos, é uma das incentivadoras da iniciativa dos alunos. Com estudantes do 2º ano do Ensino Médio, Mônica usa a internet para promover uma campanha contra a violência com animais. Na noite de ontem, ela enviou dezenas de e-mails para amigos com fotos do bicho morto.

- Sei que a imagem é chocante, mas é esta nossa intenção. Talvez ao verem a foto as pessoas se conscientizem sobre a crueldade que muitos cometem contra os animais - disse Mônica.

A cena que revoltou dezenas de estudantes do colégio ocorreu na manhã de terça-feira. O grupo de alunos que encontrou o bicho chamou os professores que, assim que viram a cena, ligaram para um veterinário por acharem que a cadela estava grávida. Ao chegar ao local, a médica veterinária Geisiele Pasin disse que o inchaço na barriga do animal era conseqüência de um tumor na mama em estado avançado.

- Ela estava presa pelo pescoço e morreu lentamente. Hoje existem métodos de resolver problemas de saúde dos animais. Podemos fazer a eutanásia, mas sem o animal sofrer - disse a veterinária, em entrevista à RBS TV.

Funcionários da escola que moram nas redondezas de onde o animal foi enforcado disseram nunca terem visto a cadela nas proximidades. Eles acreditam que ela tenha sido deixada ali por um morador de outro bairro da cidade.

Em janeiro de 2006, um caso semelhante chamou atenção no município. Na época, uma cadela foi encontrada enforcada na periferia de Passo Fundo. Naquele mesmo ano, uma comunidade virtual na internet foi criada para protestar contra a crueldade sofrida pelo animal.

(Por Leandro Belles, Zero Hora, 26/06/2008)