A Câmara Municipal de Porto Alegre promoveu nesta quarta-feira (25/06), no Plenário Otávio Rocha, audiência pública em que debateu a implantação do Plano Diretor Cicloviário, o projeto de educação direcionado ao ciclista, a inclusão da disciplina de Educação de Trânsito nas escolas públicas, a implantação de bicicletários em órgão públicos e privados, a sinalização específica ao trânsito de ciclistas e o Dia do Ciclista. A audiência pública foi presidida pelo vereador Mauro Zacher (PDT), a pedido das entidades ligadas ao ciclismo.
Durante os trabalhos um grupo de ciclistas acessou a entrada do Plenário Otávio Rocha com suas bicicletas. Na opinião de Zacher, essa é uma forma de reconhecer a importância que a bicicleta tem como um meio de transporte alternativo, limpo, saudável, de baixo custo e que precisa agora ser seguro. “A cidade aguarda um retorno rápido para a solução da implantação do Plano Diretor Cicloviário”, ressaltou.
Os ciclistas e entidades ligadas ao ciclismo presentes pediram pressa aos vereadores para análise do projeto que prevê a implantação do Plano Diretor Cicloviário. A manifestação ocorreu durante a audiência pública, após o prefeito ter entregue ao presidente da Câmara Municipal, vereador Sebastião Melo (PMDB), a proposta elaborada pela EPTC, em conjunto com representantes ligados ao ciclismo, e que prevê a instalação gradual das ciclovias e ciclorrotas na cidade.
Zacher lembrou que, na entrega da proposta aos vereadores, o prefeito Fogaça afirmou que as ciclovias da Capital serão interligadas aos demais modais de transporte. O representante do governo municipal, arquiteto Regulo Ferrari, destacou o trabalho conjunto entre organizações não-governamentais (ONGs), secretarias e departamentos da prefeitura que culminou na elaboração do projeto de lei complementar entregue na tarde de ontem à Câmara. O projeto, lembrou Ferrari, tem como objetivo incentivar o uso da bicicleta como nova alternativa de transporte, pois o plano identifica 495 quilômetros em diferentes regiões da cidade com possibilidade de ter ciclovias e ciclofaixas.
A primeira fase do plano deve contemplar a construção de 18 quilômetros de ciclovias em diferentes regiões da cidade, ressaltou. O arquiteto disse ainda que o projeto prevê que a implantação de ciclovias seja utilizada como compensação ambiental, principalmente na instalação de grandes empreendimentos, como no caso da Avenida Diário de Notícias, em fase de duplicação como contrapartida à construção de um shopping center nas proximidades. Entre os 495 quilômetros de ruas e avenidas identificados como possíveis ciclovias e ciclofaixas, foram selecionados três eixos por critérios de conectividade, demanda, índice de acidentes e rede básica estrutural:
Ipiranga – Entre a orla do Guaíba e o Campus da PUCRS. Considerado como o eixo de maior demanda futura, com mais de dez mil viagens diárias;
Sertório – Passa pelas avenidas Sertótio e Assis Brasil, conectando a Estação Farrapos com a Avenida Francisco Bittencourt;
Restinga – Na Avenida João Antônio da Silveira, principal via de acesso ao bairro, onde a bicicleta já é utilizada com intensidade.
Também integram o plano outras ciclovias em implantação nas avenidas Eduardo Pereira Paiva (Beira-Rio), Diário de Notícias e Vicente Montegia, na Vila Nova. A previsão é de que a rede de ciclovias seja consolidada ao longo dos anos, com investimentos públicos e privados, via compensações ambientais e doações.
Para o vereador Dr. Raul (PMDB), o projeto trará uma qualidade de vida para o usuário das bicicletas. Com o custo da passagem do transporte coletivo elevado, disse ele, o trabalhador terá a chance de trocar o ônibus pela bicicleta. Professor Garcia (PMDB) lembrou que este tema sempre foi de extrema relevância para a cidade, e hoje vê uma realização: o projeto estar na Câmara onde será debatido e implantado o mais breve possível.
Na opinião de Beto Moesch (PP), o projeto que está na Câmara fará com que Porto Alegre seja a primeira cidade do país “reconhecida como a cidade que possui redes cicloviárias e total segurança para os ciclistas”. Para o vereador Carlos Todeschini (PT), este projeto representa modernização para a Cidade, a fim de que ela se torne mais sustentável para o futuro. Também participaram da audiência pública os vereadores Adeli Sell (PT) e João Carlos Nedel (PP), além do representante da Federação Gaúcha de Ciclismo, Paulo Alves, e entidades ligadas ao ciclismo de Porto Alegre.
(Por Regina Tubino Pereira, Ascom CMPA, 25/06/2008)