Boas notícias na luta contra aquecimento global começam a aparecer. Esta semana um relatório atestou que as emissões de gases do efeito estufa na União Européia estão reduzindo (ainda que de maneira muito suave). Já a Austrália, mais recente membro do Protocolo de Quioto, deverá alcançar a meta de limitar o aumento de suas emissões de dióxido de carbono (CO2) em 8% em relação aos níveis de 1990 até 2010.
A Agência Ambiental Européia informou na última semana que as emissões do bloco caíram 0,3% no ano de 2006, em relação aos níveis de 2005, e 7,7% em comparação com as taxas de 1990. As emissões totais em 2006 foram de 5,1 bilhões de toneladas de CO2, enquanto dados de 1990 registraram 5,6 bilhões.
A Comissão Européia afirma que os principais motivos dessa diminuição são o clima mais ameno na Europa, a menor produção de acido nítrico (que forma o gás-estufa óxido nitroso), a redução de emissões nas produções de químicos na França e Hungria, assim como o menor uso de gás e fluidos líquidos nas residências.
Em outro continente
Uma pesquisa recente mostrou que o aquecimento do planeta está entre as maiores preocupações dos australianos. Não é por menos que assim que tomou posse, no final do último ano, o presidente Kevin Rudd ratificou Protocolo de Quioto, disposto a assumir metas de redução de emissões para o país. O primeiro passo da Austrália é limitar o aumento das emissões em 8% acima dos níveis de 1990. Tarefa considerada fácil, já que as emissões de 2006 ficaram 4,2% acima do ano base e estudos preliminares indicam que as emissões de 2007 cresceram 6% desde 1990.
Apesar da divulgação do relatório do governo que aponta para o cumprimento da meta estabelecida pelo acordo internacional, será preciso trabalhar duro para cortar efetivamente as emissões de gases estufa, afirmou nesta terça-feira o ministro do clima australiano, Penny Wong. Uma das medidas nessa direção é o desenvolvimento de um mercado de carbono, previsto para entrar em operação em 2010. O que se discute, no entanto, é quais os setores da economia farão parte desse mercado.
“Para um esquema de negociação de emissões ser efetivo, nós sabemos que é preciso ter a maior cobertura possível”, afirmou nesta terça-feira o ministro dos transportes, Anthony Albanese. Ele acredita que o setor de transportes, que inclui o petróleo, deverá fazer parte da estratégia contra as mudanças climáticas. O assunto gera polêmica justamente por estar relacionado com a atual elevação dos preços da gasolina no mundo.
Para Wong, a saída para o problema está relacionada com o estilo de vida das pessoas. “Nós precisamos mudar o modo como a economia funciona, saindo de uma economia de alta emissão de carbono para uma economia do futuro de baixa emissão”, defende. Com uma população de 21 milhões de pessoas, a Austrália é responsável por 1,5% das emissões globais de gases do efeito estufa - o que a torna uma das nações com maior indicie de emissão per capita.
(Por Sabrina Domingos, Carbono Brasil, Envolverde, 24/06/2008)