As emissões de dióxido carbônico, principal responsável pelo aquecimento do planeta, vão aumentar mais de 50 por cento de 2005 a 2030, chegando a mais de 42 bilhões de toneladas por ano, já que na China há aumento na queima de carvão, previu o governo dos Estados Unidos na quarta-feira.
A demanda da China por carvão vai crescer 3,2 por cento a cada ano de 2005 a 2030, segundo a Administração de Informação sobre Energia (EIA, na sigla em inglês), em seu prognóstico de 2008 sobre a energia no mundo. Nos EUA, a demanda de carvão crescerá 1,1 por cento no mesmo período, segundo projeção do setor de estatísticas do Departamento de Energia norte-americano.
O economista Nasir Khilji, da EIA, disse que a demanda da China por carvão provavelmente vai aumentar de modo abrupto porque esse é o combustível mais barato usado para suprir a necessidade cada vez maior da indústria manufatureira e a demanda por eletricidade, já que boa parte da população está se mudando para áreas urbanas.
Nos EUA, o uso de mais energia nuclear ajudaria a desacelerar o crescimento das emissões, disse ele. A EIA elevou sua previsão sobre as emissões de carbono pela China em 2030 para 6,8 por cento em relação a seu prognóstico do ano passado, ao mesmo tempo que reduziu a projeção de emissões por parte dos EUA no mesmo ano para 13,8 por cento.
"A participação do carvão na energia mundial cresceu drasticamente nos últimos anos. Se não forem feitas alterações significativas nas atuais leis e políticas, especialmente nas relacionadas às emissões do gás do efeito estufa, o crescimento robusto provavelmente vai continuar", assinalou a agência.
Nem todos concordam que esse prognóstico seja preciso. Trevor Houser, membro do Peterson Institute for International Economics, disse que a projeção da EIA se baseou nos últimos cinco anos de expansão do setor manufatureiro chinês, num momento em que a China se tornou exportadora de aço.
"Isto não é necessariamente o ponto em que a China estará dentro de algumas décadas", afirmou ele, acrescentando que o país já adotou medidas para equilibrar suas exportações de mercadorias cuja produção resulta em grande emissão de carbono. A emissão anual de carbono pela China deve atingir pouco mais de 12 bilhões de toneladas por ano em 2030. Em 2005, eram mais de 5,3 bilhões de toneladas. As emissões de carbono dos EUA devem chegar a 6,9 bilhões de toneladas por ano em 2030 — eram de quase 6 bilhões em 2005, segundo a EIA.
(Por Timothy Gardner, Reuters, Terra, 25/06/2008)