O provável candidato republicano à Casa Branca, John McCain, desafiou a indústria automobilística a enfrentar o desafio ambiental e a incrementar a produção de motores não poluentes, defendendo o álcool produzido no Brasil.
Em um discurso na cidade de Fresno, Califórnia, McCain estimou que o governo americano deveria abandonar sua fixação em fabricar álcool a partir do milho e defendeu a suspensão das barreiras contra o combustível brasileiro, produzido de cana-de-açúcar.
Para McCain, as subvenções ao produto americano e as barreiras comerciais contra o álcool brasileiro são um gasto do dinheiro público para financiar "interesses particulares".
O republicano prometeu baixar os impostos da indústria automobilística baseando-se "nas reduções das emissões de CO2" dos veículos. Para isso, ofereceu um prêmio de US$ 300 milhões e reduções de impostos à indústria automobilística.
"Se isto exigir um encontro com a indústria automobilística durante o primeiro mês de minha gestão ou a assinatura de um decreto, alcançaremos a meta de uma rápida conversão dos veículos americanos" para um combustível mais limpo.
O seu rival democrata, Barack Obama, senador por Illinois, um grande Estado agrícola, apóia as subvenções ao etanol produzido com milho e as barreiras comerciais impostas às importações do combustível do Brasil.
Contudo, em tempos de grande alta do preço do petróleo, ambos os prováveis candidatos à Casa Branca enfatizam a necessidade da independência energética para os EUA e a diminuição das emissões de carbono que contribuem para o aquecimento global.
Saída
McCain apóia o fim dos subsídios multibilionários anuais distribuídos do governo para o setor. Como defensor do livre-comércio, McCain também se opõe à tarifa de 54% por galão que os EUA impõem para a importação de álcool feito da cana-de-açúcar, o que é mais barato e gera mais energia do que o produzido do milho.
Obama, ao contrário, é a favor dos subsídios. Em nome de ajudar os EUA a ser independente na questão energética, ele apóia a ajuda federal aos produtores de milho, o que alguns economistas dizem que pode ser considerada ilegal pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
O jornal norte-americano "New York Times" afirmou nesta segunda-feira que o comitê de Obama possui ligações com a indústria do álcool.
Segundo o jornal, Tom Daschle, co-presidente do comitê de Obama, trabalha para três companhias de etanol em seu escritório de advocacia em Washington, onde "provê conselhos estratégicos para seus clientes por meio da energia renovável".
(Colaboração France Presse com Foha Online, 24/06/2008)