O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje, em evento em São Paulo que discutiu os direitos humanos, que os países desenvolvidos resolveram atacar a questão trabalhista brasileira após o país ganhar destaque no cenário internacional devidos aos biocombustíveis e às recentes descobertas de petróleo na área do pré-sal.
"Realmente o álcool tem um trabalho penoso, mas não menos que as minas de carvão que fizeram os países desenvolvidos serem o que são", afirmou Lula ao se referir às críticas internacionais sobre trabalho escravo e em más condições no setor sucroalcooleiro.
Sobre a situação dos trabalhadores em lavouras de cana-de-açúcar, Lula informou que o governo trabalha com a Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar) para estabelecer novas normas de trabalho que tornem a ocupação menos insalubre, avançar no processo de mecanização e na formação profissional dos trabalhadores rurais que perderiam emprego neste processo.
"À medida em que Brasil começa a ganhar mercado, ocupar espaço que antes eram de outros países, vamos enfrentar embates, como os que uma empresa enfrenta com outra. Temos de criar estratégia para vencer o debate. Para que a gente possa dizer claramente que as condições de trabalho [no corte de cana] não são como sonhamos, mas que não aceitamos que falsas acusações", disse Lula.
Lula também convocou as empresas a usarem mais a Lei do Aprendiz. "A adesão à lei pode significar a diferença entre esperança e o desalento."
(Por Ygor Salles, Folha Online, 24/06/2008)