Dias depois dos protestos do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e da Via Campesina contra o modelo elétrico e o agronegócio, com trancamento de rodovias e ferrovias e ocupações de hidrelétricas e empresas, a Secretaria Geral da Presidência da República agendou uma reunião com o MAB para hoje, 25 de junho.
Representes do movimento serão recebidos pelo ministro Luiz Soares Dulci e apresentarão o panorama da real situação dos atingidos frente à política energética adotada pelo governo e pelas empresas que controlam o setor. Além disso, será retomada a pauta de negociações do MAB com o governo que trata dos direitos dos atingidos como terra, infra-estrutura, educação, entre outros, bem como a reestruturação do setor elétrico. Os representes do movimento querem sair da audiência com propostas concretas para a solução dos problemas. "Caso contrário, o clima de insegurança permanecerá e isto pode gerar novas ações de protesto", afirmam.
Segundo Marco Antônio Trierveiler, da coordenação nacional do MAB, a negociação com o governo precisa avançar: "As barragens agravam a difícil situação da população ribeirinha, principalmente através da exclusão social e do empobrecimento dos municípios, pela desestruturação das regiões. Relatórios da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, da Presidência da República, apontam os graves problemas sociais causados pelas barragens de Acauã (PB), Tucuruí (PA), Aimorés (MG) e Foz do Chapecó (SC/RS). Os problemas são generalizados, o governo também é responsável pela situação e deve posicionar-se quanto a isso", critica.
A audiência acontecerá amanhã (25/06), às 15 horas, no 4° andar do Palácio do Planalto. O MAB estuda a possibilidade de solicitar uma audiência com a ministra Dilma Rousseff e com o novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, para tratar questões referentes aos problemas sociais e ambientas causados pelas obras do PAC.
(Adital, 24/06/2008)