Parte do grupo é de Timbó Grande; o restante, da regiãoAproximadamente 150 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) estão acampadas em uma fazenda no município de Correia Pinto, na Serra Catarinense. Elas chegaram à fazenda, na localidade de Correia Pinto Velho, distante 10 quilômetros do Centro da cidade, às 5h30min de domingo, e ficarão por tempo indeterminado.
Parte do grupo é procedente de Timbó Grande, no Planalto Norte, e outra de municípios da Serra.
A fazenda, de propriedade de uma mulher residente em Curitiba (PR), tem 130 hectares, e foi ocupada, conforme a coordenação estadual do MST, como forma de pressionar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a providenciar a desapropriação de áreas bem maiores existentes na região e que, inclusive, já teriam sido consideradas improdutivas.
Os sem-terra consideram que o local está abandonado e não cumpre sua função social. A ocupação ocorre de forma pacífica e, até a tarde de ontem, nenhum policial ou representante da proprietária havia ido o local. Num primeiro momento, para sobrevivência, as famílias vão cultivar hortaliças e organizar frentes de trabalho para atuar em plantações da região.
Futuramente, caso a área seja desapropriada, a idéia é fazer o mesmo que ocorre no Assentamento Pátria Livre, também em Correia Pinto, onde 70 famílias, após conquistarem, na Justiça, a posse de mais de 1,2 mil hectares na localidade de Águas Sulfurosas, organizam-se para iniciar a produção cooperada de alimentos orgânicos e leite, não apenas para consumo próprio, mas como fonte de renda.
Crianças até 4ª série terão aulas no acampamentoAs muitas crianças existentes no acampamento não deixarão de estudar. As que freqüentam até a 4ª série do ensino fundamental terão aulas com professores do próprio MST. E as de 5ª série em diante, serão matriculadas em escolas do município.
(Por Pablo Gomes,
Diário Catarinense, 24/06/2008)