Laudos antropológicos mentirosos e inidôneos, elaborados no Rio de Janeiro, criando uma reserva indígena dentro de um parque florestal da Serra do Tabuleiro, em Santa Catarina. A denúncia com este teor foi apresentada pelos deputados Valdir Colatto (PMDB) e Odacir Zonta (PP) ao ministro da Justiça, Tanso Genro, durante audiência pública realizada na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.
O ministro preferiu não abrir a discussão, uma vez que as portarias estão sendo questionadas na Justiça. "O senhor está sendo enganado, ministro", alertou Colatto, reportando-se à questão da Reserva Indigena do Morro dos Cavalos situada às margens da BR-101, no município de Palhoça, criada segundo ele, para abrigar índios guaranis, nômades. Segundo Zonta a reserva abriga 14 famílias e por conta de sua implantação a União terá de desembolsar cerca de R$ 50 milhões na construção de dois túneis naquele trecho da duplicação da BR-101. "Estes laudos são inidôneos", reforçou Zonta.
"É um absurdo. Não é possível que por conta de um laudo antropológico mentiroso seja o estado obrigado a investir este montante para proteger índios que daqui há pouco nem estarão mais lá", reclamou Colatto. Eles alertaram também sobre a situação de tensão existente entre índios e colonos na região Oeste e no Alto Vale do Itajaí, onde segundo Zonta 521 famílias de agricultores familiares estão sendo ameaçadas de despejo, face à demarcação da terra indígena.
Embora se esquivasse em abrir a discussão durante a audiência, Tarso Genro concordou em receber os deputados catarinenses em audiência para discutir estas questões envolvendo terras indígenas e de remanescentes quilombolas.
(Texto recebido por e-mail, 23/06/2008)