A instalação de Estações de Radiobase (ERB) em Porto Alegre está ultrapassando os limites do tolerável, desabafou a médica e líder comunitária Maria Nazaré Melo, que luta ao lado de comunidades de 30 bairros de Porto Alegre para evitar a proliferação desenfreada da colocação desses equipamentos pela cidade. Em oficina no I Fórum Social Mundial, ela denunciou que o Brasil permite uma densidade de potência de 4,2 Watts por metro cúbico de emissão para as estações de radiobase, o que é um índice 105 vezes maior que o da Suíça e 42 vezes maior que o da Itália e o da China. De acordo com Nazaré, a comunidade de diversos bairros porto-alegrenses está reivindicando que o limite de potência seja de no máximo 0,04 Watts por metro cúbico e que seja mantido o limite de pelo menos 500 metros entre uma e outra Estação de Radiobase (ERB). Pedem também o estabelecimento de uma distância mínima de segurança do eixo da torre até o imóvel mais próximo, a garantia de isolamento acústico e a definição de uma distância mínima do eixo da torre até a divisa de escolas, creches, asilos, clínicas, hospitais etc. Por fim, pedem a identificação das torres com nome da empresa, telefone para contato, nível de radiação etc.-Nós estamos decepcionados porque, mesmo com a ação do Ministério Público Estadual, três juízes derrubaram a liminar que garantia a não-instalação de novas antenas desse tipo, disse Nazaré. Ela informou ainda que a mobilização porto-alegrense está se unindo à de outros países, como Itália e Espanha, onde existem pessoas inconformadas com os males causados pelas chamadas radiações não-ionizantes. Entre os males apontados estão câncer, imunodepressão mal de Parkinson e de Alzheimer.