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petrobras saúde e segurança no trabalho
2008-06-24

Os petroleiros estão indignados com falta de segurança no trabalho, revoltados com tantos acidentes, adoecimentos ocupacionais e mortes nas instalações da Petrobrás. Já tornou-se habitual assistirmos nos noticiários informes sobre mortes trágicas de petroleiros, quer em terra, nas instalações da Petrobrás, quer em mar, de trabalhadores em plataformas marítimas.


No dia 15 de junho (domingo), em Aracaju-SE, mais uma vida de um trabalhador petroleiro é ceifada, a do Engenheiro José Geraldo Pereira de Oliveira Filho (UN-FAFEN SE) no local de trabalho e em área de alto risco, quando foi acionado na folga para atuar em emergência, que ao receber descarga elétrica de 18.000 volts, morre eletrocutado no ato.

A indignação, o medo, a insegurança, a angústia tomou conta dos petroleiros não só do Estado de Sergipe e Alagoas, mas de petroleiros de todo o Brasil. O sepultamento ocorreu no dia 16/06/08, pela manhã, com a presença de familiares do engenheiro falecido, amigos, colegas de trabalho e contando também com a presença ativa e solidária da direção sindical dos petroleiros de Sergipe e Alagoas, SINDIPETRO SEAL e da AEPETRO.

A expressão de preocupação e tristeza tomou conta do semblante dos presentes diante da quinta morte na Petrobras em apenas 10 dias. Diretores do SINDIPETRO-SE/AL e da AEPETRO foram recebidos pela Gerência Geral da UN-FAFEN SE, Sr Rosildo, logo após o funeral. A conversa na sala de reunião da Gerência contou com a participação do gerente geral, gerente de RH da UN-FAFEN SE, Guimario, diretores do SINDIPETRO-SE/AL, Dalton e Adriano (recém eleito) e Edilene Farias - Leninha, que representou a AEPETRO.

O gerente geral informou sobre a constituição da Comissão de Apuração do acidente, que já conta com a presença do Diretor do SINDIPETRO, Stoessel (Toeta), e sobre a presença naquele momento de diretores executivos do ABAST, para deliberações sobre o andamento das investigações.

O dirigente sindical do SINDIPETRO-SE/AL, Dalton, informou à direção da empresa a disposição do sindicato, da Associação dos Engenheiros da Petrobrás e da Aepetro de colaborar com o processo de acompanhamento e investigação das causas reais do acidente fatal do engenheiro já nominado, somando esforços para a apuração da verdade, sem mascaramentos, onde a transparência seja a tônica, apurando-se as devidas responsabilidades por mais essa morte trágica de petroleiro nas instalações da empresa.

A diretora da Aepetro, Edilene Farias (Leninha), expôs na reunião a preocupação dos trabalhadores petroleiros com a freqüência dos acidentes e adoecimentos que vêm ocorrendo na companhia. Em apenas uma semana, ocorreram oito acidentes fatais. Edilene ressaltou, ainda, a necessidade dos sindicalistas avançarem no trabalho conjunto com a CIPA e com o setor de segurança da Petrobrás, para fiscalizar o cumprimento da legislação de medicina e segurança, com investimentos em prevenção, visando frear as causas de tantos acidentes como os que vêm ocorrendo com muita freqüência nas instalações da estatal.

Para tanto, a Aepetro solicita a presença na comissão, também, de uma representação técnica a ser indicada pela AEPET Nacional, entidade que conta com o apoio geral dos trabalhadores petroleiros, em especial pelo grau de especialidade. A AEPET tem em seus quadros especialistas na área da prevenção, fiscalização e inspeção, sendo indispensáveis para a elaboração de um diagnóstico conclusivo acerca dos acontecimentos que enlutaram os petroleiros.

Considerando que a média de mortes por acidentes típicos na empresa na última década, é de aproximadamente duas mortes por mês. Somente nesses últimos dez dias, ocorreram cinco óbitos. Nesse sentido, faz-se necessário implementar uma medida emergencial que indique a vontade política de reverter esses números assustadores, através da implementação de um novo modelo nas relações de trabalho, e nada mais justo e sensato que agirmos em parceria.

O dirigente Dalton lembrou que o fato de ter ocorrido, em episódio recente, uma comissão onde nossa representação foi desconsiderada nas suas observações e que a construção dos elementos culminou na não assinatura do inquérito realizado, pois havia divergências muito substanciais sobre as causas reais que vitimou um petroleiro terceirizado [Kléber da Silva].

O gerente geral, Sr. Rosildo informou sua opinião sobre aceitação do nosso pleito, mas diante de suas limitações hierárquicas, para tomada final de tal decisão, se prontificou em levar a reivindicação dos dirigentes petroleiros aos seus superiores. Assumiu, também, o compromisso de logo a seguir, fazer a comunicação oficial aos representantes dos petroleiros, que ficaram no aguardo. Foi prestado informes sobre as normas da companhia quanto à apuração de causas de acidentes, com morte, sendo que o diretor Dalton argumentou sobre a necessidade de haver transparência nas relações capital-trabalho, nas quais há deveres recíprocos. Solicitou, também, o empenho da Petrobrás em aceitar a participação da representação dos trabalhadores para que se atue conjuntamente e de forma positiva. Para tanto, é necessário a quebra de protocolo das informações ‘sigilosas’, que são habituais nesse tipo de acidente fatal. É fundamental, a condução mais democrática na comissão de apuração de acidentes na empresa.

Ao término da reunião, a representação dos petroleiros solicitou a apresentação, pela Petrobrás, da comissão constituída, indicando-se nominalmente cada membro integrante, com suas respectivas qualificações, especializações e referências das suas lotações, bem como a disponibilidade, imediata, de todos os documentos da empresa, relativos ao setor de prevenção e segurança. Foi pedida, também, a inclusão dos documentos que são encaminhados aos órgãos públicos competentes, além da informação sobre a dinâmica pretendida para os trabalhos da comissão.

O gerente geral encarregou o gerente de RH, Guimario, de nos encaminhar os dados solicitados, salientando que a metodologia da investigação seria definida ainda nas próximas horas, quando também teria condições de responder, em curto espaço de tempo, sobre o legítimo pleito de um membro indicado pela AEPET Nacional na comissão.

Diante dessa realidade brutal de tantos acidentes com morte nas instalações da empresa e dessa situação de emergência, a direção dos petroleiros, presentes àquela reunião, conclama todos os trabalhadores petroleiros brasileiros a se manterem atentos e vigilantes. Conclama, ainda, o acompanhamento de todos os desdobramentos dessa etapa difícil nas relações de trabalho, onde a dor e o medo se misturam, e se transformam, em um só desejo: transparência nas relações. O objetivo é resgatar, minimamente, o clima de tranqüilidade necessário para o bom desempenho das atividades da Petrobras.

Segue abaixo o nome das últimas vítimas fatais:

- Engenheiro Niraldo, UN-FAFEN Bahia, que começou a passar mal nas instalações daquele órgão e faleceu em sua residência, vítima de infarto do miocárdio;
- Operário petroleiro terceirizado Manoel Cardozo, encontrado morto no banheiro da UN SEAL - Carmópolis;
- Operário petroleiro terceirizado José Severino, encontrado morto no banheiro do TECARMO (também em Sergipe);
- Operário petroleiro terceirizado, Adeilson dos Anjos, vitimado por acidente com graves lesões quando operava a SS-49 na UN-BC;
- Engenheiro José Geraldo Pereira de Oliveira Filho, UN FAFEN-SE, vitimado em ocorrência com descarga elétrica na madrugada do dia 15, no local de trabalho, quando foi acionado na folga para atuar em emergência.

A AEPETRO participa com as demais representações da reunião já marcada na sede do SINDIPETRO SEAL onde serão discutidas e deliberadas ações ativas e proativas que busque indicar para a Petrobras que é preciso mudar esse quadro de verdadeira tragédia e que a categoria petroleira não vai tolerar a mantença desse quadro de verdadeira tragédia e realidade apavorante como essa que vem vitimando com morte seus trabalhadores.

TRABALHAR EM CONDIÇÕES DIGNAS E SEGURAS SIM.
MORRER, SE ACIDENTAR E DESENVOLVER DOENÇAS OCUPACIONAIS NO MEIO AMBIENTE DESREGULADO E DE ALTO RISCO, NÃO. NÃO E NÃO!!!

(Por Edilene Farias *, Adital, 20/06/2008)
* Técnica Química. Ass. de SMS da FNP e do Departamento de Saúde do Sindipetro-Sergipe-Alagoas e Diretora de Saúde, Meio Ambiente, Segurança e Previdência da AEPETRO
 

 


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