A indústria de rochas ornamentais parece cada vez mais preocupada em evitar que o embelezamento que seus produtos - granito, mármore e uma série de outras pedras - propiciam às construções, não resultem no efeito contrário ao meio ambiente.
Modernidade e responsabilidade
Herdeira de um passado desabonador nesse quesito, a indústria de rochas ornamentais, que se tornou forte exportadora e empregadora de mão-de-obra nos anos recentes, modernizou suas plantas industriais, tornou-se competitiva mundialmente e agora está buscando na tecnologia uma forma de construir uma nova imagem também quando o assunto é preservação do meio ambiente.
Um resultado prático dessa busca surgiu nesta semana, com a inauguração da primeira fábrica de argamassa ambientalmente correta, instalada município de Santo Antônio de Pádua (RJ).
Argamassa ecológica
A argamassa ecológica será fabricada a partir dos finos das pedreiras - os resíduos gerados pela serragem das pedras.
Hoje, essas serrarias estão instaladas na beira de córregos e rios, onde são jogados esses rejeitos. A nova técnica, além de reciclar a água poluída, gera um resíduo sólido que, após secagem, pode ser utilizado na formulação da argamassa.
Transferência de tecnologia
A tecnologia foi desenvolvida conjuntamente pelo Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) e pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT), e licenciada para a empresa Argamil, que está investindo R$8 milhões na instalação da fábrica de argamassa ecológica.
A fábrica terá uma capacidade de produção de 20 mil toneladas de argamassa por mês e vai gerar 100 empregos diretos.
As negociações para a cessão e transferência da tecnologia aconteceram sob as regras estabelecidas pela Lei de Inovação. Será a primeira vez que servidores de instituições de pesquisas receberão parte dos royalties de uma patente por sua invenção.
(Inovação Tecnológica, 23/06/2008)