O Japão se negou a revelar seus métodos para matar baleias, alegando a incompreensão de suas políticas, após uma sessão sobre o tema da Comissão Baleeira Internacional (CBI), que começou sua reunião anual nesta segunda-feira em Santiago. O delegado japonês na CBI, Minori Morimoto, disse em uma plenária dedicada a analisar métodos de matança de baleias que seu país não disponibilizará dados a esse respeito, informando apenas que o Japão se esforça para que os animais morram nas melhores condições possíveis.
"Reduzir o sofrimento de um animal que é caçado também é nosso interesse", afirmou Morimoto, explicando que as informações sobre o número exato de baleias mortas e a forma como isso acontece não serão reveladas. O delegado declarou ainda que seu país não compartilhará esses dados por temer a imcompreensão da comunidade internacional. O Japão, segundo Morimoto, tem uma visão sobre os direitos dos animais que não é compartilhada pelo resto do mundo. No entanto, seu governo tem se esforçado ao máximo para proporcionar um melhor bem-estar aos animais durante a caça, disse.
Desde 1987 - um ano depois de estabelecida uma moratória para proibir sua caça - o Japão executa um programa de caça de baleias, argumentando razões científicas. Desde então, cerca de 11.000 baleias já foram mortas pelos japoneses, de acordo com organizações de preservação ambiental. Geralmente, as baleias são mortas com um arpão explosivo detonado dentro do corpo do animal. Se o primeiro arpão não consegue matar a baleia, um segundo é utilizado. Nesse processo, os animais podem agonizar por mais de uma hora, segundo essas organizações.
(AFP, Ultimo Segundo, 23/06/2008)