Representantes da indústria do plástico vão se reunir amanhã com o ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) para apresentar reivindicações do segmento. O setor de plásticos transformados, por exemplo, já registra déficit comercial há mais de dez anos- no ano passado, as importações superaram as exportações em mais de US$ 600 milhões.
As associações Abief (de embalagens plásticas flexíveis), a Abrafilme (de filmes flexíveis), a Abraflex (de embalagens laminadas) e a Afipol (dos produtores de fibras poliolefínicas) se reuniram em torno da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) para apresentar reivindicações do setor. Merheg Cachum, presidente da Abiplas, diz que é fundamental que toda a cadeia ganhe competitividade, do setor petroquímico até o segmento de plásticos transformados.
O segmento deve ser um dos beneficiados com a nova política industrial. Em maio, quando a iniciativa foi lançada, representantes da indústria se reuniram com o ministro e prometeram encaminhar estudo detalhado sobre as necessidades do setor. O levantamento, coordenado pela Fipe e pela Unicamp, será concluído em dois meses.
Cachum afirma que conversará com Miguel Jorge sobre a necessidade de linhas de financiamento para estimular a inovação nas fábricas e a modernização do parque industrial. "Não tem como ter máquinas antigas e continuar competitivo", diz Cachum.
"Precisamos ter igualdade de equipamento e a mesma facilidade para obter financiamentos a baixo custo que concorrentes no exterior."
Outras reivindicações são a redução da carga tributária e o incentivo às exportações. "Temos uma parceria com a Apex, mas queremos aprofundar os incentivos, principalmente para ajudar as pequenas empresas a venderem lá fora", diz Merheg Cachum.
O presidente da Abiplast afirma também que a valorização do real em relação ao dólar e o aumento de juros promovido pelo Banco Central prejudicaram a indústria do plástico.
"O governo está elevando juros e, com isso, entra uma enxurrada de dólares no país. Eles estão criando um problema para o mercado interno", afirma o representante da indústria.
(Folha de S.Paulo,
FGV, 23/06/2008)