(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2008-06-23
O relatório de auditoria ocupacional feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que avalia a gestão governamental da Amazônia por meio das ações desenvolvidas pelos órgãos federais, tocou num ponto que até pouco tempo não era considerado quando se falava em desenvolvimento do bioma amazônico: o fomento ao desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica na região.

A primeira falha nesse quesito apontada pelo TCU é a falta de recursos – humanos e financeiros – para o país cuidar de maneira devida da biodiversidade local. Essa falta facilita e impulsiona a biopirataria, fazendo com que o conhecimento e a pesquisa na região sejam traduzidos em ativos para outras nações. Segundo o relatório, “O grande desafio da atualidade, aliás, é conhecer os ecossistemas característicos da Amazônia e apresentar sugestões de como esse conhecimento pode ser utilizado para o desenvolvimento sustentável. A maior parte da Amazônia ainda é um território inexplorado pela ciência”. A estimativa do tribunal, publicada em seu relatório, é que até 70% das coletas feitas sobre biodiversidade na região estão restritas aos entornos de Manaus e Belém - onde estão o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o Museu Goeldi e as principais universidades. Neste sentido, diz o documento, a maior biodiversidade do planeta é também a mais desconhecida.

Para a professora Bertha Becker, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é preciso definir algum tipo de projeto para região. “Não adianta fazer só área protegida ou pensar em modos de punição, isso não é projeto. Tem que se usar o potencial natural da região sem destruir a floresta. Isso é feito com ciência e tecnologia. Mas não só isso”, diz a professora.

Uma das alternativas apontadas por Bertha é a de identificar produtos prioritários, organizando suas cadeias produtivas, numa estratégia que dinamiza a área em busca de mercados globais. “Aí a pesquisa poderia se canalizar, chegando até a indústria. Isso nunca foi feito”, lembra.

O documento do TCU diz ainda que a estrutura dos institutos de pesquisa da região amazônica é insuficiente para promover pesquisas que contribuam efetivamente para o conhecimento da biodiversidade local. Para os auditores do tribunal, essa incapacidade impede a promoção do desenvolvimento regional e a criação de tecnologia para o manejo e o uso sustentável dos recursos da biodiversidade.  Como solução para isso, eles afirmam ser fundamental dispor de profissionais que conheçam a realidade sobre o local em que vão atuar, bem como criar o compromisso com o desenvolvimento sustentável local.

O número de pesquisadores com doutorado atuando nos estados analisados representa apenas 4% do total nacional. O relatório traz dados do censo 2006 do CNPq, que mostram que enquanto a USP tem 7.132 doutores, em toda a Amazônia Legal há, apenas, 3.299. Para Bertha, entretanto, a solução desse problema não pode ser encarada como algo meramente quantitativo, aumentando o número de titulados. “É importante que se aumente o número de pesquisadores, mas temos de sair daquela pesquisa ‘iluminada’, que é ótima e necessária. É preciso também contribuir com uma visão aplicável das questões amazônicas”.  A professora lembra que no passado era função apenas dos sindicatos e movimentos sociais a luta para regular o mercado e que agora “a ciência e tecnologia têm papel fundamental, é agente crucial nesse jogo para fortalecer a autonomia do estado”.

(Amazonia.org.br, 22/06/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -