O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, confirmou sua convicção de que a sentença da Corte Internacional de Haia será favorável ao seu país no conflito com a Argentina pela instalação de uma fábrica de celulose na parte uruguaia da fronteira. "Acredito que a sentença final de Haia será favorável. Talvez tenhamos alguma recomendação pedindo que façamos algo mais", disse o presidente uruguaio -- que visita Cuba, parte de seu tour por países da região -- entrevistado pela revista Búsqueda.
Uruguai e Argentina estão em conflito diplomático em Haia devido à controvérsia -- a pior entre ambos governos -- pela instalação da fábrica finlandesa Botnia em Fray Bentos, a 309 quilômetros de Montevidéu e às margens do rio Uruguai, fronteira natural entre os dois países. "Hoje estando a Botnia com 80% de sua capacidade em produção, se confirmam absolutamente" os estudos realizados de que "o impacto (ambiental) seria mínimo e dentro das margens aceitáveis", afirmou Vázquez que enfatizou que, mesmo com o conflito, a relação entre ambos países é muito boa.
O presidente lembrou também a proposta feita em 2005 a Buenos Aires, quando Néstor Kirchner era presidente, para "um monitoramento conjunto" durante a construção da fábrica. A crise chegou ao Mercosul, formado por ambos países junto ao Brasil e Paraguai, segundo admitiu Vázquez para quem o momento "mais difícil" se deu quando ambientalistas argentinos bloquearam as pontes binacionais, um destes bloqueios dura de forma ininterrupta há dois anos.
"Acredito que irá terminar bem, que vai haver uma sentença que reconheça a situação", insistiu o governante para quem a controvérsia agora se refere "não ao fato do rio Uruguai ter sido contaminado ou não, mas se Uruguai cumpriu ou não com o Estatuto do rio Uruguai". A sentença de Haia é aguardada para 2009, pouco antes do término do mandato de Vázquez.
(Ansa, adaptado por Celulose Online, 23/06/2008)