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mata ciliar reflorestamento arroio castelhano
2008-06-23

Na tarde da quinta-feira (19/06), o Rotary Clube Venâncio Aires fez o lançamento oficial da nova etapa do Projeto SOS Arroio Castelhano. A partir de agora, além das atividades já em andamento, o clube inicia o trabalho de reflorestamento da mata ciliar, em parceria com as escolas situadas nas margens do curso d'água e com a Afubra, que doou mil mudas de espécies nativas. As novas árvores devem ser plantadas até agosto, com a colaboração dos colégios e comunidades ribeirinhas. Durante o encontro foram esclarecidos alguns aspectos do projeto para autoridades municipais, integrantes do clube, profissionais da área ambiental e diretorias das escolas, presentes no evento.

O objetivo principal da reunião foi apresentar o SOS Castelhano aos presentes, em especial aos diretores dos colégios, para que estes se engajem nas atividades. O presidente do Rotary, José Eleir de Macedo, afirmou que para o projeto ser um sucesso, é necessária a conscientização da população. “A idéia do Rotary não é nós sairmos para plantar, até porque nós somos poucos. A gente vai contar com a comunidade”. A intenção, explicou, é conscientizar as crianças para a importância da recuperação do arroio.

Como forma de incentivar os educandários a participarem efetivamente do SOS Castelhano, o Rotary sugere que cada escola ou comunidade faça um projeto de plantio de mudas na Área de Preservação Permanente (APP), que corresponde a uma área de 30 metros a partir da margem do Castelhano. Além das espécies doadas pela Afubra e repassadas pelo clube aos colégios, estes podem obter mais mudas nativas para otimizar o reflorestamento.

Além disso, cada escola é convidada a realizar atividades culturais relacionadas à preservação ambiental. “Que haja, junto com esse projeto, uma parte cultural, que tenha fotos, façam redações, poesias”, sugeriu Macedo. No final do ano, a escola que desenvolver o melhor projeto será premiada com um computador. Valerá pontos para o concurso, além das mudas plantadas e da quantidade de plantas que “vingou”, a realização de atividades como fotos, poesias, música e teatro, entre outras. Os projetos desenvolvidos nas escolas serão vistoriados pelo Rotary.

DVD
Durante a reunião foi apresentado o DVD produzido pelo Rotary para ser entregue às escolas participantes. Com cerca de 15 minutos de duração, o filme mostra a importância da água em todo o planeta e em Venâncio Aires, com ênfase ao arroio Castelhano, que abastece grande parte da cidade. O DVD trata ainda da poluição, da necessidade da preservação e apresenta o SOS Castelhano.

Outra atividade de divulgação é a veiculação de peças publicitárias a respeito do projeto. Com patrocínio da Corsan, desde ontem são transmitidos pela RBS vídeos explicativos a respeito do arroio e do SOS Castelhano.

O Projeto
O engenheiro agrônomo e rotariano Fernando Heissler fez, durante a reunião, a apresentação do SOS Castelhano e das ações já desenvolvidas. De acordo com ele, o principal objetivo do projeto é “recuperar ou melhorar a qualidade das águas do arroio que abastece a cidade”. Para alcançar esta meta, foram definidos alguns propósitos específicos, como conscientizar as comunidades sobre a importância da água e da recuperação da mata ciliar, reduzir a velocidade de escoamento da água do Castelhano e minimizar a erosão e o assoreamento, preservar e recuperar a mata ciliar para criar novamente corredores de fauna e flora, implementar o tratamento de dejetos (esgoto), incentivar o cumprimento da legislação ambiental levando conhecimento à população e fomentar ações de melhorias das condições ambientais.

O arroio, explicou Heissler, tem uma bacia hidrográfica de 680 quilômetros quadrados e uma extensão de aproximadamente cem quilômetros. Sem a mata ciliar surgem uma série de problemas, como escassez de água, assoreamento e perda da qualidade da água, entre outros.

O engenheiro agrônomo apontou como uma das metas mais ousadas do SOS Castelhano a possibilidade de retornar o arroio ao seu leito normal. Isso porque há alguns anos o Município realizou a retificação do curso d'água, o que aumentou a velocidade da água e, em conseqüência, há maiores e mais freqüentes enchentes e secas, principalmente na área urbana. Para reverter este quadro, está sendo estudada a viabilidade de uma obra para retornar o arroio ao seu leito original. Antes, porém, será avaliado o impacto ambiental.

(Por Rozana Ellwanger, Folha do Mate, 21/06/2008)


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