Em comemoração aos 30 anos de parceria entre o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a Petrobras, em especial na área naval e oceânica, um encontro técnico com representantes das duas instituições foi realizado no dia 19 de junho, na sede do instituto, em São Paulo.
A evolução da tecnologia off-shore da Petrobras para prospecção e produção de óleo e gás e a descoberta de reservatórios gigantes no pré-sal foram alguns temas abordados. A camada pré-sal é composta por rochas calcárias, geradas antes do processo de evaporação da água do mar que resultou nas rochas salinas.
Diferentemente do petróleo encontrado na bacia de Campos, o óleo reservado na camada pré-sal é mais preservado em temperaturas mais altas, é mais fino e, portanto, mais fácil de explorar.
O problema, segundo Álvaro Maia da Costa, assessor técnico da diretoria de produção da empresa, é ultrapassar a barreira de sal. Estudos realizados em parceria com o IPT a partir da década de 1970 em áreas de formação geológica salina ofereceram parâmetros para as pesquisas mais recentes, que mostraram ser possível e viável a exploração de óleo em camada pré-sal.
“Hoje temos maior maturidade tecnológica na exploração em águas profundas do que na época em que começamos a explorar na bacia de Campos. A parceria entre a Petrobras, universidades e institutos de pesquisa permitiu ultrapassar esse desafio”, disse Costa.
A prospecção em camada pré-sal é realizada atualmente no campo de Tupi, na bacia de Santos. Como resultado dessa prospecção estão cinco descobridouros, reservas de 5 a 8 bilhões de barris de óleo equivalente (valor energético total, somando óleo e gás), cujos reservatórios estão em profundidades de 5 mil a 6 mil metros.
Uma unidade piloto deverá começar a produzir na região em dezembro de 2010 e o gás será escoado por um duto até uma plataforma em águas rasas no litoral paulista. O óleo deverá ser armazenado e transportado por meio da unidade de produção, espécie de navio específico para esse fim.
A expectativa é que, em 2012, sejam produzidos 2,4 milhões de barris de óleo por dia. No caso do gás, esperam-se 75 milhões de metros cúbicos diários produzidos em 2010.
“Trata-se de um movimento gigantesco, como se estivéssemos reconstruindo a indústria do petróleo no Brasil”, disse Costa. As plataformas em águas profundas representam a parte mais relevante da produção de óleo e gás no país.
(Agência Fapesp, 23/06/2008)