O estado das baleias no planeta, as quotas anuais de captura e a moratória à caça comercial destes cetáceos, em vigor desde 1986, estará em cima da mesa a partir de hoje na reunião anual da Comissão Baleeira Internacional, no Chile. A organização vai ouvir os países que defendem a protecção das baleias e aqueles que querem a retoma da caça comercial, liderados pelo Japão.
Na véspera da reunião, a Greenpeace, a Ifaw (Fundo Internacional para os Animais) e a WDCS (sociedade de protecção das baleias e golfinhos) alertaram contra as novas tentativas da parte do Japão de querer pôr fim à moratória através da sua proposta de reabertura da caça em quatro zonas costeiras.
Segundo explicou Beatriz Bugeda, do Ifaw, o Japão deverá alegar que as regiões daquelas quatro zonas costeiras conseguiram, no passado, gerir a exploração das baleias. O Japão não quis confirmar esta proposta mas reafirmou a sua posição favorável à caça comercial, lembrando que o consumo de carne de baleia é uma tradição milenar no país e deve ser respeitada pelo resto do mundo.
Durante a reunião, os participantes vão decidir ainda a criação de um santuário no Atlântico-Sul. Esta iniciativa é apoiada pelo “grupo de Buenos Aires” e visa criar uma grande área protegida onde seja proibida a caça à baleia e onde o turismo para admitir estes animais seja promovido. Além deste projecto, o Chile poderá declarar uma zona protegida nas suas águas territoriais, ao longo dos seus 4500 quilómetros de costa.
(AFP, Ecosfera, 22/06/2008)