Aterro possui vala licenciada, mas material estava soterrado irregularmente
Uma operação de fiscalização do 1.º Batalhão Ambiental da Brigada Militar resultou na detecção de pelo menos seis pontos de contaminação do solo em um aterro industrial instalado em Capela de Santana, às margens do quilômetro 19 da RS-240. Uma grande quantidade de resíduos foi encontrada em contato direto com o solo em uma área de eucaliptos na propriedade da empresa. A operação foi efetuada em resposta a uma denúncia anônima.
Segundo o capitão Rodrigo Gonçalves dos Santos, o material já estava enterrado no local há bastante tempo. Os resíduos encontrados tinham o aspecto de lodo de estações de tratamento, mas ainda não há confirmação efetiva do tipo de material encontrado. “Não se sabe ainda a composição química deste lodo’’, afirma o capitão Rodrigo. A suspeita, de acordo com o capitão, é de que a mata de eucaliptos tenha sido plantada há cerca de dois anos na área justamente para encobrir os resíduos depositados no local.
Inicialmente, o 1º Batalhão Ambiental foi ao local vistoriar a vala utilizada para o depósito de resíduos industriais. “Nós já sabíamos que a vala tinha licença ambiental’’, explica o capitão. Após completarem o serviço na vala, os membros do batalhão vistoriaram a mata, onde a denúncia atestava a presença do lixo industrial encontrado. “A denúncia era bastante detalhada’’, afirma o capitão Rodrigo. Escavações efetuadas na área confirmaram a presença do material a partir de cerca de um metro de profundidade.
De acordo com o biólogo Jackson Müller, que acompanhou a operação na última sexta-feira, a suspeita é de que 13 pontos diferentes do terreno contenham os resíduos industriais. Na última sexta-feira, pelo menos um local, segundo informações do 1.º Batalhão Ambiental, já tinha confirmação de contaminação. No entanto, de acordo com Müller, pelo menos seis pontos contaminados devem ser confirmados.
Como resultado da operação de sexta, a empresa proprietária do aterro foi notificada e responderá a processo por dano ambiental. A empresa também deverá ser multada pela Fepam, mas o valor será definido apenas após a determinação do volume de lixo encontrado em contato direto com o solo no local. “Vamos definir junto com a Fepam o que vai ser feito a partir de agora’’, explica o capitão.
Parte do material foi recolhida para análise e o aterro permanecerá lacrado até segunda-feira, quando a fiscalização voltará ao local. De acordo com o capitão Rodrigo, a idéia é efetuar escavações mais profundas já a partir da manhã.
(Jornal VS, 21/06/2008)