Pelo menos mais 300 quilômetros de túneis e outras obras subterrâneas serão realizadas com a construção de novas hidrelétricas, o que demandará investimentos de cerca de mais de R$ 2 bilhões. Também devem gerar obras subterrâneas a construção da ferrovia São Paulo-Rio de alta velocidade, a transposição do Rio São Francisco e a expansão das obras metroviárias. Esse será o tema debatido no 2º Congresso Brasileiro de Túneis, que acontece em São Paulo, a partir dedsta segunda-feira (23/06), das 8h30 às 18h30.
O evento vai reunir os principais especialistas em obras subterrâneas do Brasil e do mundo e acontece no Centro Fecomércio de Eventos.
No setor de transportes, a construção da ferrovia de alta velocidade entre São Paulo e Rio, cujo edital de licitação será lançado em agosto deste ano, vai demandar também a construção de vários túneis, já que o grau de inclinação da ferrovia precisa ser mínimo para manter estável a velocidade do trem. Só o Metrô de São Paulo prevê construir 120 km de túneis até 2020 - uma média de 10 km de linhas por ano, ou seja, 10 vezes mais do que foi registrado até 2006.
Outras grandes obras, como a transposição do Rio São Francisco, vão demandar 53 km de túneis. Também o trecho norte do Rodoanel de São Paulo deverá implicar na construção de túnel sob a Serra da Cantareira, na região norte da capital. Os municípios de Santos e Guarujá estão planejando também a execução de um túnel rodoviário sob o mar, na região onde hoje se faz a travessia de carros em balsas.
Outro estímulo à indústria de túneis deverá ser a construção de gasodutos subterrâneos. O primeiro deles, da Petrobras, será construído entre Caraguatatuba, no litoral norte paulista, e Taubaté, no Vale do Paraíba. Serão seis quilômetros de túneis, ligando duas unidades da companhia, através do interior da Serra do Mar. A construção já foi licitada e o contrato, assinado.
(Por Milton da Rocha Filho, Estadão, 22/06/2008)