A falta de tratamento do esgoto compromete a qualidade dos rios da região de Ribeirão Preto (SP). As cidades que compõem as sete bacias hidrográficas que passam pela região tratam apenas metade do esgoto. O restante é jogado "in natura" (sem tratamento) nos rios.
É o que revela o relatório da Cetesb (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental) sobre a qualidade das águas no Estado de São Paulo, divulgado na semana passada.
Na bacia hidrográfica do rio Pardo, que inclui Ribeirão, por exemplo, onde 52% do esgoto é tratado, a quantidade de coliformes (que inclui todos os tipos, inclusive fecais) está acima do estabelecido como ideal por resolução do Conama (Comitê Nacional do Meio Ambiente). Isso ocorre em quase todas as outras cidades.
Hoje, Ribeirão tem 80% de esgoto tratado, de acordo com o prefeito Welson Gasparini (PSDB) -no ano passado, quando o relatório foi feito, eram 70%. "Estamos investindo em cinco frentes de trabalho e trataremos tudo até o fim do ano", disse o prefeito.
Apesar de receber muito esgoto in natura, a qualidade das águas ainda é considerada boa pela Cetesb. A agência ressalta, no entanto, que é preciso investir em saneamento.
A pior situação é a da bacia do Turvo-Grande, que passa na região pelas cidades de Cajobi, Olímpia, Monte Alto e Monte Azul Paulista. O tratamento médio nesta bacia é de 30%.
Em segundo lugar no ranking das piores está a bacia do Tietê-Jacaré, que passa por Araraquara e São Carlos e recebe 65% de esgoto sem tratamento.
(Folha online, 22/06/2008)