O Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo (NSIDC, em inglês), de Boulder, Colorado, faz a projeção de que, se continuarem as mudanças climáticas globais, o Ártico poderia perder todo o gelo durante o verão dentro de cinco a 10 anos. Segundo o centro, o ritmo de perda de gelo no oceano Ártico, que se acelerou nas últimas duas décadas, se encaminha a outro recorde em 2008.
– Ao fim do inverno (hemisfério norte) havia no Ártico mais gelo do mar que em anos recentes, mas a perda de manto gelado se acelerou – disse Mark Serreze, um cientista do Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo (NSIDC, em inglês), de Boulder, Colorado.
O NSIDC documentou a extensão do manto gelado no Ártico e na Antártida por mais de uma década, e mediu as perdas de gelo em ambas as regiões durante os verões (hemisfério norte). Sobre esta base desses dados, o Centro fez as projeções sobre o futuro da cobertura de gelo.
Em vários verões do hemisfério norte, a maior parte da perda de gelo no Ártico ocorreu na metade desse oceano, entre o norte do Canadá, Alasca (EUA) e Sibéria (Rússia), enquanto a região ao nordeste da Groenlândia e da Escandinávia conservou o manto de gelo.
– Isto varia a cada ano e responde às relações entre padrões climáticos e circulação atmosférica – explicou Serreze.
No verão de 1980, o manto gelado sobre o Ártico cobria 7,8 milhões de quilômetros quadrados, e, no ano passado, a cobertura se restringiu a 4,2 milhões de quilômetros quadrados.
– Na Antártida, por outro lado, houve um leve aumento da cobertura de gelo sobre os mares que rodeiam o continente – disse Serreze – Isto pode se dever, também, ao impacto da circulação atmosférica.
A perda da cobertura de gelo pelo aquecimento global, por sua vez, acelera o aumento da temperatura dos mares e da atmosfera, explicam os especialistas. O gelo aumenta a reflexividade da superfície aos raios do Sol, e se a água oceânica se derreter, absorve mais energia solar
e se aquece mais rapidamente.
(Clicrbs, com Agência EFE, 20/06/2008)