Há um mês a doméstica Leidi Daiane Carvalho viu um de seus sonhos se tornar realidade. Ela e o marido, Maurício, haviam terminado a construção da casa em um loteamento do Bairro Arroio Grande e poderiam ficar livres do aluguel de uma vez por todas. A alegria, no entanto, durou pouco.
Logo após terem entrado para o chalé eles descobriram que não contavam com água nas torneiras. Ao verificar o que estava acontecendo ficaram sabendo que a rede ainda não havia sido instalada pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). No mesmo loteamento pelo menos mais uma família passa pela mesma situação.
Em busca de explicações o casal entrou em contato com a imobiliária responsável pelo loteamento. A informação recebida foi de que seria necessário esperar mais alguns dias para que a instalação dos canos fosse concluída. Na Corsan foi dito que a ligação ocorreria em uma semana, o que acabou não acontecendo. Até ontem Leidi, Maurício e a filha tinham água em casa graças à ajuda de parentes que moram nas proximidades da Universidade de Santa Cruz (Unisc), no outro extremo da cidade. Em baldes e garrafas plástica estava todo o suprimento da família para preparar alimentos, lavar roupas e até mesmo tomar banho. “Água é fundamental em uma casa, mas parece que aqui não foi prioridade”, disse. Sem trabalho, Maurício ficou em casa durante a tarde esperando a visita dos técnicos da estatal. “Parece que toda a hora eles vão chegar”, lamentou.
O gerente do escritório da Corsan de Santa Cruz, Paulo Stein, reconhece a situação. Segundo ele, os terrenos teriam sido vendidos com a promessa de instalação para água e luz. Entretanto, depois que os moradores começaram a construir foi constatado que as redes hídricas não existiam. Somente depois disso que começaram a ser feitas as obras para ligação das redes.
Na semana passada começaram a ser feitos testes para verificar a existência de vazamentos nos canos. A previsão, segundo Stein, é que no máximo até segunda-feira a equipe técnica conclua a revisão e que o abastecimento inicie efetivamente. Até lá Leidi e Maurício precisarão continuar apelando aos parentes para ter água em casa.
(Por Dejair Machado, Gazeta do Sul, 20/06/2008)