O senador Geovani Borges (PMDB-AP) protestou nesta quinta-feira (19/06) contra as condições sub-humanas em que vivem 34,5 milhões de brasileiros que não dispõem de serviço de esgoto, de acordo com recente levantamento feito pelos Institutos de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o senador, esse dado revela "o lado perverso" da insuficiência de investimentos na qualidade de vida dos brasileiros.
- Todos nós sabemos que os serviços de saneamento são de vital importância para proteger a saúde da população, minimizar as conseqüências da pobreza e proteger o meio ambiente. No entanto, os investimentos neste setor ainda são escassos. Nos envergonha admitir que o nosso país tenha ingressado no terceiro milênio com patologias do início do século 20. É simplesmente vexatório - disse.
Geovani Borges assinalou que os números do levantamento revelam até mesmo um perfil étnico, uma vez que o percentual de negros e pardos que vivem em condições insalubres nas cidades brasileiras é quase o dobro do percentual de brancos na mesma situação. Ele cobrou do ministro das Cidades, Márcio Fortes, promessa de atendimento a pedido de investimentos que fez para a sua cidade, Santana, no Amapá, na área de saneamento básico e pavimentação.
- Esse sentimento de confiança, tratei de passar ao meu povo. Espero muito que essas esperanças que levei não sejam em vão. Já que, de novo e para nosso constrangimento, é a Região Norte que conta com os piores indicadores nessas áreas - disse.
O senador mencionou expectativa do governo brasileiro de disponibilizar saneamento básico para 83% da população até 2015, conforme meta estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, disse o senador, os técnicos do Ipea sinalizam que esse objetivo só será alcançado em 30 anos. Ele observou que é preciso acreditar que as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) melhorem realmente a qualidade de vida do povo brasileiro.
(Por Ricardo Icassatti, Agência Senado, 19/06/2008)