As doenças tropicais são negligenciadas pelas grandes indústrias farmacêuticas, de acordo com a pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB) Laila Darvenne, que participou nesta quinta-feira (19/06) do segundo dia do 5º Seminário Nacional: os Medicamentos no Brasil. Em sua exposição, ela apresentou vários estudos que têm sido feitos com plantas - com destaque para as originárias do bioma Cerrado - para a extração de substâncias dedicadas a novos medicamentos.
- Dos 1.393 novos medicamentos aprovados entre 1975 e 1999, apenas 16, ou seja, 1%, foram desenvolvidos para doenças tropicais, como a malária, doença de chagas, leishmaniose, e para a tuberculose. Todas essas doenças correspondem a 11,4% das doenças do mundo. O Brasil podia aproveitar essa oportunidade para fabricar tais medicamentos, pois o comércio seria muito grande - afirmou.
Já a pesquisadora Maria Rita Garbi Novaes, coordenadora do Comitê de Ética e Pesquisa da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, falou sobre os aspectos éticos das pesquisas com novos medicamentos no Brasil. Maria Rita ressaltou que, até chegar à comercialização de um medicamento, é importante respeitar as várias fases de pesquisa que são exigidas. Primeiramente, explicou, são feitos estudos experimentais, depois são determinados estudos de toxicidade, seguidos de estudos farmacológicos para determinar a segurança de um fármaco. Só após essas fases, disse, o medicamento poderá ser comercializado de forma segura para a sociedade.
O seminário terá continuidade no período da tarde desta quinta-feira. As palestras estão sendo realizadas no auditório Petrônio Portela, no Anexo 2 do Senado.
(Agência Senado, 19/06/2008)