Argentinos, bolivianos, brasileiros, chilenos, paraguaios e uruguaios, integrantes dos movimentos sociais desses países, se reúnem, na cidade de Posadas (Argentina), entre os dias 27 e 29 de junho, na Cúpula dos Povos do Sul, para discutir um modelo produtivo que garanta a soberania alimentar dos povos.
Além disso, eles debaterão as alternativas de financiamento, as dívidas bi-nacionais, os impactos das represas, as dívidas ecológicas, a iniciativa para a integração da infra-estrutura regional sul-americana (IIRSA) e o modelo energético. E ainda alternativas à construção de um processo de integração política e social, que inclua todos os povos e identidades.
Na convocação para a Cúpula, os organizadores do encontro disseram que, após as mobilizações sociais da Cúpula terem conseguido derrotar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), o povo vive uma oportunidade histórica de "construir alternativas políticas, econômicas e sociais ao projeto de dominação que essa (a Alca) implicava".
Frente às conquistas políticas do povo, os Estados Unidos redobraram seus esforços para não perder o controle continental. Assim, eles se empenham em impor o livre comércio, a democracia liberal e o controle militar hemisférico. Os países da União Européia, que partilham do modelo político-econômico norte-americano, também buscam assinar, com a América Latina, tratados de livre comércio.
"Essa situação nos coloca frente a novos desafios: enfrentar o saque de nossos recursos naturais, apresentados como ‘integração’ energética, de infra-estrutura, através de mega-projetos como o IIRSA, as mineradoras contaminadoras, a compra de terras sobre o Aqüífero Guarani, entre outros", disse a convocação para a Cúpula.
Os movimentos latino-americanos criticam também a luta para enfrentar o sistema de dominação que as ilegítimas dívidas externas exercem sobre os países da região, pois esses são, na realidade, os "verdadeiros credores, que devem avançar juntos na busca de alternativas de justiça e reparação do saque através do pagamento da dívida".
As mobilizações sociais respeitam as diferenças étnicas e a riqueza da diversidade cultural dos povos latino-americanos. Assim, enfrenta as políticas neoliberais e avançar em propostas e ações que tornem realidade "a unidade e integração dos povos, a partir deles, e para eles".
(Adital, 19/06/2008)