O governador de Rondônia, Ivo Cassol, reclamou nesta quinta-feira (19/06), em audiência pública na Câmara dos Deputados, da falta de apoio do governo federal para a preservação da floresta amazônica. Cassol disse que não recebeu nem mesmo um carrinho de mão do governo federal, mas sempre é apontado como culpado pelo desmatamento. Ele informou, no entanto, que o estado conseguiu reduzir 60% do desmatamento desde agosto de 2006.
A crítica do governador foi feita no início da audiência pública que discute o desmatamento na região. O evento também tem a participação do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi.
Outra CSS
Para evitar a falta de recursos, Ivo Cassol sugeriu a criação de uma contribuição nos moldes da CPMF e da Contribuição Social para a Saúde (CSS). Esse novo tributo, que ele chamou de Contribuição Social Sustentável, financiaria a preservação da floresta. "Por que não colocar 0,05% para a preservação da Amazônia? É preciso botar a mão no bolso para ajudar a conservar. De conversa estamos cheios", afirmou.
O governador de Rondônia disse que quem critica o desmatamento esquece de ações governamentais feitas no passado, como a política de incentivo à ocupação da Amazônia. Segundo ele, a resolução dos problemas fundiários na região é o primeiro passo para a preservação da floresta. Ele criticou, no entanto, a lentidão dos órgãos federais no processo de regularização. "Desde 2002, Rondônia não expede um documento de regularização", reclamou.
Cassol também reclamou da forma como são feitos os assentamentos de reforma agrária na região e da conduta da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, "que poucas vezes fez reuniões com todos os governadores da Amazônia".
A audiência foi promovida pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.
(Por Mônica Montenegro, Agência Câmara, 19/06/2008)