O deputado Sarney Filho (PV-MA) defendeu uma moratória para desmatamento na Amazônia até que se concluam os processos de regularização fundiária e de zoneamento ecológico-econômico (ZEE) em todos os estados da região. Ao participar de audiência da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, o deputado ressaltou que a floresta estoca gases do efeito estufa, apresenta grandes possibilidades de exploração da biodiversidade e interfere no regime de chuvas do País, o que afeta diretamente a agricultura.
"Não creio que desmatar a Amazônia seja necessário para a produção de alimentos. Pelo contrário, o desmatamento afeta o equilíbrio do clima, o que pode prejudicar a produção em outras regiões do País", disse.
Sarney Filho é autor de um projeto (PL 5398/05) que suspende por um ano a emissão de novas autorizações para o desmatamento da floresta, para que sejam realizados estudos e fiscalização nas áreas já degradadas e planos de manejo sustentável para aquelas em via de exploração.
Combate ao desmatamento
Na audiência, o deputado Moreira Mendes (PPS-RO) criticou as ações de combate ao desmatamento do governo federal, como a Operação Arco de Fogo (repressão a madeireiras ilegais a partir de atuação da Polícia Federal, da Força Nacional de Segurança e do Ibama). Segundo ele, o governo não apresenta propostas para beneficiar os desempregados com o fechamento das madeireiras.
"Temos que encontrar soluções efetivas. Quem quiser manter a floresta em pé tem que colocar a mão no bolso e pagar. É preciso ter compensação ambiental, mas não há projeto do governo nesse sentido", disse Mendes.
Pecuária
Já o deputado Homero Pereira (PR-MT) elogiou a proposta do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, de transformar pastagens degradadas em áreas de agricultura. "Essa é uma forma inteligente de recompor as áreas degradadas. Quando a pecuária voltar à área usada pela agricultura será possível intensificar a criação de gado."
Maggi disse na audiência que, com essa proposta, será possível aumentar a produtividade de 1 cabeça de gado por hectare/ano para 4 cabeças por hectare/ano.
(Por Mônica Montenegro, Agência Câmara, 19/06/2008)