A interdição das marchas dos movimentos foi solicitada pelos promotores Luís Felipe Tesheiner e Benhur Biancon. Eles são os mesmos que conseguiram na Justiça a retirada de dois acampamentos do MST junto à Fazenda Coqueiros, em Coqueiros do Sul, invadida 12 vezes desde 2004. Os integrantes do Ministério Público reforçaram a ação com um dossiê sobre atividades estratégicas ao redor da fazenda, que poderiam sofrer prejuízos em caso de invasão.
A Refinaria Alberto Pasqualini, por exemplo, transporta, por dentro da granja (em dutos), 65 mil toneladas de nafta por mês e 9 mil toneladas de propeno. Caso o fluxo fosse interrompido, resultaria em desabastecimento ao Pólo Petroquímico. Os prejuízos seriam, no mínimo, de R$ 650 mil mensais, com qualquer interrupção.
A Sulgás informa que transporta gás usado na turbina que gera eletricidade no Pólo - e que a máquina não pode ser desligada de hora para outra, sob pena de graves prejuízos econômicos e dificuldades na retomada do funcionamento. A Copesul (Companhia Petroquímica do Sul) afirma que qualquer das interrupções paralisaria o Pólo, responsável pela geração de R$ 300 milhões anuais em ICMS.
A CEEE e a AES Sul informam que uma eventual falha nas suas linhas de transmissão, que correm pela Granja Nenê, "causaria um colapso no abastecimento da Região Metropolitana".
Todos esses documentos foram encaminhados ao Ministério Público Federal. A idéia é preparar possíveis ações de proteção na área energética e verificar a situação legal dos acampamentos do MST situados próximos à Granja Nenê.
(Zero Hora, 20/06/2008)