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proteção da vida marinha
2008-06-20

Uma família de corais, os Stylasteridae, encontrada tanto em águas rasas quanto nas profundezas do oceano, contraria uma espécie de “senso comum” entre estudiosos do assunto. Um estudo, publicado nesta quarta-feira (18/06) na revista científica online PLoS ONE, mostra que esses organismos se originaram em mares profundos e, posteriormente, invadiram as águas rasas. “De acordo com modelos de evolução da biodiversidade marinha, na maioria dos casos a fauna do mar profundo se originou em águas rasas, se proliferando para as profundezas. Com os Stylasteridae ocorreu justamente o contrário”, explica Alberto Lindner, autor principal do artigo e pesquisador do Centro de Biologia Marinha (CEBIMar) da USP.
 

Os Stylasteridae têm sua origem datada em cerca de 65 milhões de anos, período em que foram extintos os dinossauros. Durante seu programa de doutorado na Universidade Duke e no Smithsonian Institution, ambos nos EUA, Lindner realizou o trabalho de coleta das amostras de corais. Atualmente em seu programa de pós-doutorado pela USP realiza estudos da filogenia molecular dos Stylasteridae e de outros cnidários, o grupo de animais que inclui os corais, as anêmonas-do-mar, e as águas-vivas. “Por meio de análises com seqüências de DNA, podemos inferir a ‘árvore familiar’ dos corais”, descreve. Além de analisar e estudar espécies em museus, o pesquisador percorreu regiões como o Alaska (EUA) e a Nova Caledônia, na região sudoeste do Oceano Pacífico. “Nesta região existe um grande número de montanhas submersas com muitos corais de águas profundas”, conta Lindner.

Segundo o pesquisador, a família Stylasteridae possui cerca de 250 espécies. No Brasil uma delas pode ser encontrada em águas rasas na região Nordeste, em Pernambuco e na Paraíba, em Abrolhos, em Fernando de Noronha e no Atol das Rocas, e no Parcel do Manuel Luiz, no Maranhão. “No mar profundo podem ser encontradas em mais de 1.000 metros de profundidade. Na bacia de Campos, por exemplo, existe uma espécie de Stylasteridae que foi coletada a 1.100 metros. Ao todo, nas profundezas, o litoral brasileiro deve abrigar entre cinco e dez espécies”, estima o cientista. Por intermédio de seus estudos, Lindner acredita que esses corais, originados em águas profundas, invadiram as águas rasas tropicais por três vezes em sua evolução.

Indícios

O cientista lembra que o que havia até então eram apenas indícios de que estes corais teriam se originado em mares profundos. Com este estudo, ele demonstra cientificamente esta possibilidade. “Sabemos hoje que três linhagens desta família de corais conseguiram invadir as águas rasas tropicais, e uma quarta linhagem invadiu águas rasas temperadas”, calcula. Segundo o pesquisador, duas destas linhagens posteriormente se diversificaram nas águas rasas.

No oceano Atlântico a família Stylasteridae possui apenas três espécies de águas rasas. Nas águas profundas são cerca de 50, principalmente no Caribe, que abriga aproximadamente 40 espécies. No Pacífico está o maior número de espécies de águas rasas, entre 20 e 25, segundo o pesquisador. “A maioria das espécies desta família ainda continua no mar profundo, onde estes corais se originaram”, descreve.


Uma das razões pelas quais esta família de corais pode ter invadido com sucesso as águas rasas dos oceanos é que as espécies não entraram em competição com outros corais que já viviam nos recifes. “Os Stylasteridae têm a capacidade de sobreviver em pequenas cavernas e tocas. Desta maneira, possivelmente evitam a competição direta com outros corais que vivem nas partes mais expostas dos recifes”, revela o pesquisador.

O artigo From offshore to onshore: multiple origins of shallow-water corals from deep-sea ancestors, que descreve as descobertas de Lindner, acaba de ser publicado na edição de 18 de junho da revista científica online PLoS ONE.

(Por Antônio Carlos Quinto, USP online, 20/06/2008)


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