O arquiteto Moacyr Moojen Marques traçou, nesta quarta-feira (18/06), no evento "Porto Alegre, uma visão de futuro", promovido pela Câmara de Vereadores, um histórico das mudanças na paisagem urbana da Capital a partir de alterações no traçado viário da cidade e nos planos de urbanização aplicados no município. Disse que, por influência da arquitetura norte-americana, a região central perdeu boa parte de seus prédios históricos, que foram substituídos por arranha-céus. "Aquele momento (de predomínio da influência dos EUA) mudou a história da cidade, com prejuízos ao patrimônio histórico."
Moojen citou como exemplo de modelo de presrvação da paisagem histórica a cidade de Paris, assim como as principais cidades européias em geral. Segundo ele, tais cidades não foram influenciadas pela cultura dos arranha-céus disseminada a partir de Nova Iorque. "O Centro de Paris é formado por palácios, o que impõe respeito. Por lá, não se fazem torres."
Para o arquiteto, o Plano Diretor de 1979 foi um avanço importante no sentido de preservar o patrimônio histórico de Porto Alegre. Explicou que a partir daquele plano surgiram as chamadas compensações, pelas quais a construção de um edifício, por exemplo, ficou condicionada à preservação de algum prédio histórico.
Como contribuição pessoal para melhorar o Centro da Capital Moojen apresentou uma proposta que prevê a criação de uma passarela que ligaria a Rua dos Andradas ao Guaíba. "Seria uma ligação sem interferências, sem que as pessoas precisassem dividir espaço com os carros." A idéia do arquiteto inclui um caminho que iniciaria na Andradas, passando pela Galeria Chaves, uma passarela sobre a José Montaury em direção ao Mercado Público e uma ligação entre o Mercado e o Guaíba. Moojen ainda projetou a construção de uma torre junto às docas, que se destacaria pela localização e pela altura, tornando-se assim um símbolo da cidade, a exemplo do que ocorre com a Torre Eiffel, em Paris.
(Por Marco Aurélio Marocco, Ascom CMPA, 18/06/2008)