Uma das maiores empresas do setor de papel e celulose em kraft, a Celulose Irani obteve a aprovação e registro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL da sua Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), localizada em Santa Catarina, pelo órgão da ONU, o Conselho Executivo do MDL.
Foi o primeiro MDL de Efluentes registrado na ONU em toda a América Latina, o projeto é também o primeiro no mundo a utilizar apenas a metodologia de pequena escala AMS.III.I, que determina a evitação de metano no tratamento de águas residuárias, por meio da substituição de lagoas anaeróbias por sistemas aeróbicos. “O MDL da Irani é inteiramente aeróbico, o que hoje inexiste aprovado na ONU, explica Leandro Farina, Gerente de Sistemas de Gestão da Qualidade e Ambiental.
Com investimento total de R$ 7 milhões, o projeto de MDL da Estação de Tratamento de Efluentes foi implantado na Divisão Papel em maio de 2007. O mecanismo baseia-se na substituição da degradação anaeróbica pela degradação aeróbica da matéria orgânica, evitando assim, a emissão de metano, um gás de efeito estufa que provoca o aquecimento global.
Com esse projeto, a Irani é a primeira empresa do Brasil a registrar dois projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo com tecnologias absolutamente distintas (Usina de Co-geração e Estação de Tratamento de Efluentes).
"A Irani é uma das primeiras empresas a desenvolver uma série de projetos de MDL com diferentes tecnologias (caldeira a base de biomassa e Estação de Tratamento de Efluentes). Esse tipo de atividade, junto com a elaboração e certificação de um inventário de emissões é sim uma ação pioneira", parabeniza Pablo Fernandez, Gerente de Implementação de Projetos de MDL da Ecosecurities
Projetos O MDL da Usina de Co-geração tornou a Empresa no ano de 2006, a primeira do segmento de papel e celulose do Brasil e a segunda no mundo a emitir créditos de carbono no âmbito do Protocolo de Kyoto.
No total, o MDL teve três emissões de créditos, os CERs (Certified Emission Reductions), que foram vendidos para a Shell.
Os créditos gerados antes do registro do MDL da Estação de Tratamento de Efluentes - ETE, os VERs (Verified Emission Reductions), foram vendidos no mercado voluntário. Já os CERs gerados por este projeto desde o seu registro no mês de janeiro de 2008 ainda não foram vendidos. Na concepção destes projetos de carbono, a Irani contou com a consultoria da Ecosecurities, do Rio de Janeiro-RJ.
Com estes dois projetos de MDL registrados a empresa deve ter emitido anualmente 220.000 CERs (Certified Emission Reductions).
A empresa também certificou em 2008, de acordo com a ISO 14.064, o seu inventário de Gases de Efeito Estufa. Outros dois possíveis projetos de MDL identificados pelo inventário estão em fase de estudo e deverão ser implementados nos próximos anos.
(
Celulose Online, 18/06/2008)