Em apenas quinze dias, a Operação Roncador do Ibama atingiu cerca de R$ 8 milhões em multas, a maioria delas emitidas em razão de desmatamento a corte raso em área de Reserva Legal sem autorização. Os fiscais vistoriaram, com a ajuda do helicóptero e por terra, 70 áreas apontadas por um conjunto de sistemas detectores de desmatamentos. As imagens utilizadas são fornecidas pelo Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélite (Prodes) e o Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e também pelo satélite japonês Advanced Land Observing Satellite (Alos).
Dez fazendas foram autuadas e cinco embargadas. Foram apreendidos dois caminhões, um trator e duas motosserras. A ação ocorre em 13 municípios do Nordeste do Mato Grosso e Sudeste do Pará, num raio de 700 quilômetros a partir da base da operação na cidade de Vila Rica/MT. Sete desses integram a lista dos 36 que mais desmatam na Amazônia Legal.
No município de Gaúcha do Norte, um fazendeiro foi multado em R$ 4,2 milhões por desmatar 840 hectares de Reserva Legal em floresta nativa sem autorização ambiental. Imagens de satélite detectaram a derrubada. A área foi embargada. Em Vila Rica, seis fazendas receberam multa de R$ 35 mil por construir duas represas no córrego Buriti sem licenciamento ambiental e degradar uma área de 2,7 mil metros de Área de Preservação Permanente. A obra foi paralisada e as áreas embargadas. Os responsáveis terão de reparar o dano causado ao curso hídrico e à mata ciliar. Um trator fazia o aterro e foi apreendido. Ainda nesse município, um desmatamento a corte raso de 34,6 hectares em área de cerrado resultou na aplicação de R$ 10 mil. Uma motosserra foi apreendida.
Deter - A base da Operação Roncador em Vila Ricadá dá suporte ao trabalho de monitoramento de campo de 53 pontos indicados pelo Deter realizada pelo Inpe na região do entorno do Parque Nacional do Xingu. Segundo a pesquisadora do Inpe, Isabel Escada, “a verificação por meio de fotografias aéreas constata se o tipo de alerta disparado pelo Deter foi por degradação progressiva, por corte raso ou por outro fenômeno captado pelas imagens de satélite”. O coordenador da Operação Roncador Pedro Alberto Bignelli considera esse trabalho de validação dos dados importante para a fiscalização do Ibama, pois, segundo ele, “o Deter tem sido utilizado pela fiscalização do Ibama como indicativo de novas frentes de desmatamento”.
A Operação Roncador é conduzida pela pela Divisão de Gestão de Proteção Ambiental (DGPA) da Superintendência do Ibama em Goiás e pela Gerência do Ibama em Barra do Garças/MT. A ação integra o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM) do Governo Federal e a campanha Guardiões da Amazônia do Ibama.
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Ibama, 17/06/2008)