Existem grupos que são contra o plantio de eucaliptos nos projetos de florestamento do Rio Grande do Sul. Agora, certamente, vão lutar, também, contra os eucaliptos transgênicos. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança já liberou 12 experimentos com variedades transgênicas de eucalipto, segundo o Ph.D. em Biologia Molecular Giancarlo Pasquali, da Ufrgs. O transgênico garante mais celulose e menos lignina - espécie de cola que precisa ser retirada para garantir a qualidade do produto final. Com as novas espécies, o Brasil vai ampliar os ganhos que já obtém com o setor florestal, que atualmente, movimenta US$ 28 bilhões, ou 3,5% do PIB; emprega 4,6 milhões de pessoas, ou 4,4% da população economicamente ativa; e gera um superávit comercial de US$ 4,7 bilhões, ou 8,4% do superávit total do Brasil.
Eucaliptos II
Os bons números são atribuídos às condições climáticas do Brasil e à tecnologia desenvolvida pelas empresas e instituições de pesquisa do País. Enquanto nos Estados Unidos o custo de produção de uma tonelada de celulose é de US$ 304, no Brasil este valor é de US$ 157, ou seja, quase metade. As informações sobre as novas espécies são do Conselho de Informações Sobre Biotecnologia
Furado
Nem todo mundo leva fé no programa brasileiro de biodiesel. O engenheiro e pecuarista Pedro de Camargo Neto, ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira e atual presidente da Associação de Criadores e Exportadores de Suínos, é radical. "É um programa furado, um projeto que já nasceu morto", disse, em entrevista à revista Isto É Dinheiro. "Usar a soja para produzir combustível equivale a cometer o mesmo equívoco dos americanos em relação ao milho. O óleo de mamona, apresentado como opção, é tão caro que ele acabará servindo de insumos para materiais nobres, como lubrificantes", acrescentou.
(Por Danilo Ucha, Jornal do Comércio, 18/06/2008)