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rio xingu sustentabilidade mercado de carbono
2008-06-18

O projeto Xingu Mata Viva, que está sendo desenvolvido na região do Norte Araguaia, em Mato Grosso, foi apresentado na última quinta-feira (12/06) à Casa Civil e ao Secretário de Estado de Meio Ambiente, Luiz Henrique Daldegan. Desenvolvido a partir da demanda apresentada pela comunidade local, o projeto objetiva desenvolver um modelo de sustentabilidade sócio ambiental e econômica através da comercialização de créditos de carbono.

A audiência para a apresentação do projeto contou com a participação do secretário adjunto da Casa Civil, Francisco de Assis da Silva Lopes, com o secretário Luiz Henrique Daldegan, com a coordenadora técnica do projeto, Maria Tereza Umbelino de Souza, com o representante do MT Regional, José Alexandre Golemo, com o prefeito de Santa Cruz do Xingu e presidente da Associação dos Municípios do Norte Araguaia (Amna), Carlos Roberto Rempel, e com a assessora parlamentar do deputado Mauro Savi, Loise Velasco.

Na ocasião, Maria Tereza expôs os detalhes e a metodologia do projeto. "O interessante é que esse projeto foi construído com a própria comunidade, não saiu de nenhuma gaveta", disse a coordenadora ao ressaltar que o Xingu Mata Viva valoriza a vocação produtiva da região. "Identificamos a vocação da região e construímos a matriz produtiva a partir daí", frisou. "E se a legislação diz que temos que preservar 80% da mata, tudo bem, é viável trabalhar dessa forma", assegurou.

E nesse sentido, como a região tem a pecuária como base, a matriz produtiva do projeto é composta de biodiesel (de soja); fábrica de ração; reflorestamento; fábrica de leite em pó; projetos sociais; geração de energia renovável a partir do biodiesel; utilização de subprodutos do biodiesel, a exemplo do farelo de soja para fabricação de ração animal; incremento na profissionalização da pecuária leiteira e possibilidade de geração de mais de 2 mil ocupações nesse primeiro momento.

Outra vantagem do projeto, conforme o Carlos Roberto Rempel, é que todos serão contemplados, desde o assentado ao grande produtor. E a participação na matriz produtiva será proporcional ao tamanho da área de cada integrante do projeto. Porém, para evitar que os grandes produtores se tornem donos da matriz, existe um limite de área a ser incluído no projeto.

"E diferente de outros projetos que existem por aí, é que nesse caso, os recursos vão direto para a comunidade, que vai investir na matriz produtiva, o recurso não passa por nenhuma organização", explicou a coordenadora Maria Tereza.

O secretário Daldegan avaliou como positivo contexto em que surgiu o projeto. "Sinceramente, acho que a idéia, o contexto, porque surgiu da comunidade é ótimo", ponderou. "Mas sei que trabalhar com crédito de carbono não é fácil", acrescentou ao sugerir que a equipe do projeto Xingu Mata Viva fizesse uma avaliação da metodologia juntamente com a Coordenação Climática da Sema.

Reunião técnica

Na avaliação dos técnicos da Secretaria de Meio Ambiente, esse tipo de projeto, por sua importância e qualidade, deveria contar inclusive com apoio financeiro do governo por meio de um fundo específico para incentivo às propriedades que aderirem. Ao responder os questionamentos dos técnicos Maria Tereza informou que todos os projetos que integram o Xingu Mata viva serão desenvolvidos por técnicos que já realizam trabalho na região e que são credenciados pela Sema e que o projeto, na íntegra, já foi protocolado junta a SEMA paa conhecimento do Governo do Estado.

(Por Márcia Raquel, AL-MT, 17/06/2008)


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