A operação de remoção dos acampamentos do MST em Coqueiros do Sul começou a ser gestada há quase um ano, em 25 de julho de 2007
Naquela data, o procurador do Conselho Superior do Ministério Público, Gilberto Thums, solicitou a dois promotores que realizassem um levantamento sobre atividades dos sem-terra no Estado.
Foram escolhidos os promotores Luciano Brasil e Fábio Sbardelotto. Durante dois meses, eles investigaram ocorrências policiais envolvendo sem-terra no Estado e áreas arrendadas ou compradas pelo MST para montar acampamentos-base. Conseguiram também informações sobre distribuição de cestas básicas aos sem-terra por parte dos governos federal e estadual e examinaram todos os contratos conhecidos firmados entre o MST e as diferentes esferas governamentais.
Conforme a investigação, os acampamentos do MST são fortemente subsidiados por convênios com o governo federal e dependem de cestas básicas (de várias esferas governamentais). Foram apontadas pelos promotores várias irregularidades nos convênios, sobretudo desvios na finalidade para a qual foram firmados e notas fiscais sem comprovação de gastos.
Os resultados foram repassados a Thums, que relatou tudo ao Conselho. O relatório foi aprovado por unanimidade, tendo sido encaminhado a outros dois promotores para que implementassem ações judiciais contra o MST. São os promotores Luis Felipe Tesheiner e Benhur Biancon Junior, das Promotoria Especializada Criminal. Acostumados ao combate a crimes licitatórios, os dois foram especialmente designados para investigar as ações do MST. Detalharam o trabalho de seus colegas Brasil e Sbardelotto e produziram uma ação civil pública, que viabilizou ontem o desmonte dos acampamentos contíguos à Fazenda Coqueiros.
(Zero Hora, 18/06/2008)