Duas ações de mobilização contra o banco Santander estão previstas para acontecer na Espanha nesta semana. A primeira, intitulada de "Não Com o Meu Dinheiro" (em tradução livre), acontece na quinta-feira (19/08) e vai reunir a população em frente à Bolsa de Valores de Madri para mostrar as outras ações que o banco possui. "Queremos apresentar as atividades que o Santander está fazendo no Brasil: obrigar as mais de 500 famílias a abandonar seus lares, aumentar os casos de malária e aniquilar os povos indígenas", explica a organização da campanha.
No próximo sábado (21/06), haverá outra mobilização contra os investimentos do banco nas usinas do Rio Madeira. Nela, será apresentada à junta de acionistas do Santander as conseqüências de financiamento deste projeto. "Além disso, vamos convidá-los a dizer 'Não com o meu dinheiro", diz Annie Yumi Joh, responsável pelas mobilizações e representante da Setem, organização da sociedade civil espanhola. Além dela, Luis Novoa, representante dos afetados pelo projeto do Rio Madeira e Tica Font, da organização Justiça e Paz, participarão do evento.
As duas ações fazem parte da campanha "Exija responsabilidade do BBVA e Santander", lançada em março pela Setem, que denuncia o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) e o Santander por investirem em projetos que impactam negativamente a América Latina e particularmente a região amazônica. "A campanha é resultado de uma ampla pesquisa na qual pudemos investigar as conseqüências de todas as ações financiadas por eles", diz Annie Yumi Joh, coordenadora de campanhas da Setem.
Segundo a Setem, o financiamento por parte do Banco Santander nas usinas do Rio Madeira poderá trazer um aumento de doenças como a malária, a perda do ecossistema e o deslocamento da população que vive na região. "De fato, as empresas do consórcio já querem começar a desalojar as famílias da região afetada, em Rondônia, e marcaram para o dia 30 de agosto a data limite para forçar essas famílias a abandonarem suas casas", diz a organização.
Rio Madeira
O plano do Complexo do Rio Madeira prevê a construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia, e uma grande linha de transmissão de energia que vai de Porto Velho até São Paulo. Segundo a Setem, seria preciso inundar mais de 500 quilômetros quadrados de terras (mais de 50 mil hectares) para a construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau . Ganhariam com a construção os donos das barragens e as empreiteiras.
(Amazonia.org.br, 17/06/2008)