Somente no último final de semana, o Corpo de Bombeiros registrou 16 ocorrências de incêndios florestais na Grande Vitória. Com a diminuição das chuvas e a baixa umidade relativa do ar, esse índice deve aumentar, até setembro próximo. De janeiro a maio deste ano, foram registrados 154 incêndios em vegetação na região.
Para o mês de junho e julho, a corporação alerta para o uso indiscriminado de balões e fogos de artifício. Segundo o Corpo de Bombeiros, não há como prever onde os balões irão cair ou mesmo calcular onde podem se desprender fagulhas ou cair estilhaços que possam causar incêndios. Neste sentido, caso caiam sobre uma área ressecada de vegetação e com alta inflamabilidade, podem gerar grandes incêndios, além de destruir o meio ambiente.
Fora do período das festas, a recomendação é com o trato do lixo, a queima de resíduos em terrenos baldios, além de não descartar objetos com alta inflamabilidade em lugares de vegetação. Os bombeiros ressaltam ainda que a queima de vegetação para limpeza de terrenos é proibida em tempos de estiagem e só podem ser feitas com a autorização Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf).
Durante o ano de 2007, foram registrados 693 incêndios florestais. Entre as áreas destruídas, parte da Área de Preservação Permanente (APP) em Marilândia, noroeste do Estado, destruída pela imprudência de moradores que atearam fogo em folhas secas dentro de suas propriedades.
O Parque Estadual de Itaúnas também sofreu com o problema em 2007. No final do ano, mais de cinqüenta hectares foram destruídos pelo fogo que demorou mais de 27 horas para ser controlado e não atingisse as casas da região. Até a área de alagado foi atingida.
O Parque Estadual de Itaúnas possui 3.200 hectares e representa uma amostra significativa de ecossistemas ligados à bacia do rio Itaúnas e à região costeira. No parque estão representados ambientes terrestres como a mata de tabuleiro, fragmento florestal em extinção no Espírito Santo, ambientes costeiro na faixa de cordão arenoso formador das restingas e dunas, ambientes estuarinos de mangues, uma extensão expressiva do rio Itaúnas e a mais representativa região de alagados do Estado.
Na ocasião, a região estava sem chuvas há sete meses, assim como no interior do Estado, o que gerou inúmeras ocorrências de incêndio e apontou também a fragilidade do Corpo de Bombeiros para atender ao grande número de chamados. Em Itaúnas, inúmeros parceiros ajudaram no combate ao fogo, já que havia outros incêndios simultâneos em todo o Estado.
Neste contexto, alerta a cooperação, é necessário também que a população faça a sua parte. Quanto à capacidade de atender a cada dia um número maior de ocorrências, a corporação informou que investiu aproximadamente R$ 80 mil em equipamentos de combate ao incêndio florestal.
(Por Flávia Bernardes,
Século Diário, 17/06/2008)