Custos para o Município são maiores que o da coleta de lixo doméstico
A Prefeitura de São Leopoldo já gastou esse ano, entre janeiro e maio, R$ 2,04 milhões na coleta de lixo extradomiciliar pelas ruas da cidade. A tarefa, que não seria atribuição do Município, ocorre em virtude da alta quantidade de resíduos de poda de árvores depositados nas calçadas.
A intervenção nas plantas pela população, que só pode ser efetuada com autorização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semmam), custou, nos primeiros cinco meses do ano, R$ 730 mil a mais do que a coleta de lixo doméstico, onde foram aplicados R$ 1,31 milhão. Os dados são da assessoria de imprensa da Prefeitura. “É um problema muito grande para o Município’’, afirma o prefeito, Ary Vanazzi (PT). “Com esse dinheiro daria para construir uma creche para 50 crianças por mês.’’
Para Vanazzi, a situação estaria intimamente ligada à revogação de uma taxa cobrada nos anos 80 pela coleta dos resíduos extradomiciliares, que desencorajava a população a deixar os entulhos nas ruas. “No passado não se podava muito em São Leopoldo’’, lembra o prefeito. “Com a revogação, se criou uma política de estímulo.’’
A extinção da taxa é citada pelo prefeito como o motivo porque em São Leopoldo a prefeitura aplica um valor mais alto com a coleta de resíduos extradomiciliares do que em outros municípios da região e do que o próprio valor gasto com a coleta do lixo doméstico.
De acordo com Vanazzi, além do alto valor gasto com a coleta de entulhos, a Prefeitura enfrenta ainda o problema da destinação aos resíduos. “É um problema gravíssimo’’, afirma o prefeito. “Não tem mais onde colocar os entulhos.’’ Vanazzi atesta ainda que a Prefeitura vem buscando, junto ao governo federal, recursos para a instalação no Município de máquinas para a trituração e compostagem dos resíduos.
Vanazzi avalia ainda que a mudança do costume de podar difundido na cidade deve demorar. “Vai levar tempo para convencer a população’’, prevê o prefeito, defendendo que já existe um início de mudança da cultura. “Hoje já se vê mais gente envolvida em campanhas de conscientização.’’
(Jornal VS, 17/06/2008)