O senador Paulo Paim (PT-RS) alinhou o seu discurso ao do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e defendeu, nesta segunda-feira (16/06), o fim dos subsídios agrícolas nos países ricos como forma de combater a fome no mundo. Na avaliação do senador, essa medida faria com que os países pobres se sentissem motivados a produzir mais alimentos para comer e para vender. Paim também defendeu o que chamou de "revolução energética dos biocombustíveis" feita pelo Brasil.
- O etanol de cana, que é o caso do produto brasileiro, foi considerado, entre os biocombustíveis líquidos, o único que se mostrou competitivo o bastante sem a necessidade de subsídios contínuos - assinalou.
Paim lembrou que a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) previu que a crise de alimentos implicará em um prejuízo de US$ 30 bilhões por ano. Ele também citou o secretário-geral da ONU, Ban Ki Mun, o qual afirmou que o mundo precisará produzir 50% mais alimentos até 2030 para enfrentar a demanda.
O senador acrescentou que o Brasil deverá produzir 143,3 milhões de toneladas na safra 2007/08, um resultado 8,7% maior que o ciclo 2006/07, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O senador também comemorou a sanção da Lei nº 11.996/08, que estabelece o dia 7 de fevereiro como o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas. Ele lembrou que apresentou a proposta em 2005, com apoio do movimento indígena, e homenageou os relatores, o ex-senador Gilberto Mestrinho e os deputados João Alfredo, Ivan Valente e Luiz Couto. O senador explicou que a data escolhida é a mesma em que, há mais de 250 anos, o líder guarani Sepé Tiarajú foi morto pelas tropas dos reinos de Portugal e Espanha, no Rio Grande do Sul.
(Por Ricardo Icassatti, Agência Senado, 16/06/2008)