Pouco mais de um mês depois do terremoto de Sichuan, que deixou ao menos 87 mil mortos, o sul do país prevê suas piores enchentes em 50 anos. O número de mortes chegou a 57 e 1,27 milhão de pessoas estão desabrigadas por conta das chuvas que atingem o país desde a semana passada. O aumento nos nível dos rios obriga a preparar retiradas maciças, informou hoje a agência de notícias Xinhua. Outras 17,8 milhões de pessoas foram atingidas.
O rio Xijiang, com um volume de 46.800 metros cúbicos por segundo, e o Beijiang, com 15.200 metros cúbicos por segundo, convergiram nesta segunda-feira na cidade de Foshan (Cantão). O perigo de inundações piora devido à posição da Lua, cuja influência será maior na próxima quarta-feira, o que representa uma ameaça para os diques fluviais do seu delta, segundo especialistas citados pela agência chinesa.
Reuters
Pessoas improvisam transporte no condado de Daoxian, na China; fazendas, plantações e casas foram afetadas por tempestades. As previsões meteorológicas indicam que durante os próximos dois dias as chuvas continuarão afetando às áreas pelas percorridas pelos rios Xijiang e Beijiang. Ante esta ameaça, as autoridades locais ordenaram reforçar os diques em nove cidades, entre elas Cantão, e preparar a retirada dos residentes expostos às inundações previstas.
Destruição
Chuvas e tempestades atingiram as Províncias de Zhejiang, Anhui, Jiangxi, Hubei, Hunan, Guangdong, Guizhou and Yunnan e a região autônoma de Guangxi Zhuang desde 6 de junho, segundo o ministério. O desastre danificou as plantações em 860.500 hectares, incluindo a total destruição de 90.200 hectares. As chuvas destruíram 45 mil casas e danificaram outras 141 mil. O prejuízo total é estimado em 10,6 bilhões de yuan (US$ 1,53 bilhão).
O Centro Nacional de Meteorologia da China afirma que a chuva forte deve continuar na região e que as precipitações nas províncias de Guizhou, Sichuan e Yunnan devem ser de 30% a 70% maiores que no mesmo período do ano passado. De acordo com, uma parte das barragens do rio Xijiang estava perto de se romper, em razão das chuvas. O volume de água abriu uma rachadura de 40 metros na barragem de Dayaochong, na cidade de Changzhou. Em Longhua, uma vila próxima ao local, 120 mil pessoas tiveram de deixar suas casas em razão das tempestades.
Desastres
As enchentes são a mais recente catástrofe na China neste ano. As mesmas províncias foram fortemente atingidas por tempestades de neve em janeiro e fevereiro e, em 12 de maio, um terremoto devastou a província de Sichuan. Dados do governo Chinês indicam que mais de 374 mil ficaram feridos em decorrência do terremoto e 1,41 milhão de pessoas tivessem de deixar suas casas.
A província de Sichuan, a mais afetada pelo terremoto, é a nona maior economia da China e a maior da região ocidental da China. O PIB de Sichuan em 2006 (dado mais recente disponível) ficou em US$ 112,7 bilhões, e a taxa média de crescimento dos cinco anos até 2006 ficou em 10,7%.
(Efe, Folha Online, 17/06/2008)