O tempo seco e a irresponsabilidade de parte da população são as principais causas de incêndios nesta época do ano. Na sexta-feira, o Corpo de Bombeiros combateu uma queimada no Parque Estadual do Rola-Moça, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, causada por um despacho religioso, popularmente conhecido como macumba. Foram encontradas no local atingido pelas chamas cestas com oferendas e invólucros de fogos de artifício usados durante o ritual.
Segundo os bombeiros, mais de 95% dos incêndios são resultado da ação humana. Entre as causas estão as queimadas realizadas por fazendeiros e sitiantes para aumentar a área de plantio, artefatos usados em cerimônias religiosas (despachos e balões de São João), fogos de artifício e guimbas de cigarro jogadas em matas, principalmente à beira de rodovias.
O Corpo de Bombeiros foi acionado no início da tarde de sexta-feira, após alerta dado pelo monitoramento via satélite. As imagens mostravam um foco de incêndio no Parque do Rola Moça. Militares do Grupamento Ambiental contaram com a ajuda de equipes de brigadistas da Copasa e do Instituto Estadual de Florestas (IEF) para combater o fogo.
De acordo com o 2º tenente Davi Lucas Soares, é comum a ocorrência de despachos em áreas de mata fechada. “Infelizmente, muitas pessoas fazem despachos e acendem velas junto às oferendas. O risco de queimada é muito grande”, afirma o bombeiro. A mistura entre imprudência e tempo seco é fatal. As chamas se alastram rapidamente com a ajuda do vento.
Localizado na confluência das serras do Curral, da Moeda e dos Três Irmãos, o Rola-Moça abrange parte de Belo Horizonte, Nova Lima, Ibirité e Brumadinho, onde há grande concentração urbana.
Força-tarefa contra o fogo
Para combater as queimadas, será formada uma força-tarefa estadual entre 19 de junho e 30 de novembro. Com base em Belo Horizonte, Januária (Norte) e Curvelo (Centro), as equipes de prontidão contarão com representantes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil IEF, polícias Civil e Militar.
Para conter incêndios em áreas de difícil acesso, a força-tarefa recebe, ainda, o apoio de aviões que transportam 1.500 litros de água.
(Por Ivan Satuf,
Portal Uai, 15/06/2008)